Plataforma Brasil de Investimento Climático e para a Transformação Ecológica é lançada para ajudar o Brasil a alcançar suas metas de desenvolvimento e clima
O Ministério da Fazenda do Brasil, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, o Ministério de Minas e Energia e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – juntamente com parceiros como Bloomberg Philanthropies, a Aliança Financeira de Glasgow para o Net Zero (GFANZ), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e o Fundo Verde para o Clima (GCF) – anunciaram o lançamento da nova Plataforma de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica do Brasil (BIP) – uma iniciativa para avançar as metas ambiciosas de desenvolvimento e clima do Brasil. O anúncio contou com a participação de representantes de alto nível de bancos multilaterais de desenvolvimento, incluindo o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB), o Grupo Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).
A BIP busca expandir e otimizar os investimentos de transição, de todas as fontes, em apoio ao Plano de Transformação Ecológica do governo em setores-chave, servindo de exemplo para outros países que buscam integrar suas transformações ecológicas e metas climáticas em pipelines de investimentos concretos.
“A plataforma é a realização de um ano e meio de iniciativas do Ministério da Fazenda que permitiram um novo horizonte para a agenda climática do Brasil”, disse Fernando Haddad, Ministro da Fazenda do Brasil. “É, portanto, a conclusão de um processo de estruturação de nossos marcos regulatórios e financeiros para investimentos verdes. Da mesma forma, é o início de outro processo, de uma nova onda de investimentos.”
“À medida que nos aproximamos da COP30, o Brasil tem a oportunidade de mostrar como o combate às mudanças climáticas e o fomento ao crescimento econômico podem andar de mãos dadas – e a Bloomberg Philanthropies está ansiosa para apoiar esses esforços”, disse Michael R. Bloomberg, Enviado Especial do Secretário-Geral da ONU para Ambição Climática e Soluções e Fundador da Bloomberg Philanthropies. “As metas ambiciosas do Brasil e sua determinação em alcançá-las refletem a liderança de que precisamos para acelerar a transição para energias limpas – e para interromper os efeitos mais letais e custosos das mudanças climáticas.”
Mobilizar capital internacional de transição é essencial para que o Brasil alcance suas metas ambiciosas de desenvolvimento e clima. Em 2023, o Brasil atualizou sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) e suas ambições climáticas, com o objetivo de reduzir suas emissões em 53% até 2030, e potencial para se tornar a primeira nação do G20 a atingir o zero líquido enquanto cria empregos e espalha prosperidade. O país está finalizando suas metas de redução de emissões para 2035 atualmente. Essas metas incluem o foco de combater o desmatamento, práticas agrícolas sustentáveis, descarbonização industrial, soluções baseadas na natureza, fontes diversificadas de energia renovável, transporte sustentável e bioeconomia. Apesar dos esforços passados e em andamento, os planos climáticos brasileiros receberam apenas uma fração do financiamento necessário para atingir as metas climáticas do país.
“O lançamento da Plataforma Brasil de Investimento Climático e para a Transformação Ecológica é uma demonstração clara do compromisso do governo do presidente Lula com o desenvolvimento sustentável”, disse Geraldo Alckmin, Vice-Presidente do Brasil e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. “A plataforma facilitará a divulgação das oportunidades de negócios no país, nos setores da chamada economia verde, atraindo ainda mais investimentos produtivos para o Brasil, que se traduzem na geração de emprego e renda.”
“O Brasil está dando um exemplo para o mundo – mostrando como a ação sobre emissões pode impulsionar o crescimento, espalhar prosperidade e criar novos empregos bem remunerados”, disse Mark Carney, Enviado Especial da ONU para Ação e Finanças Climáticas e Co-presidente da GFANZ. “O Plano de Transformação Ecológica e o plano Nova Indústria Brasil criam prioridades claras para ação. Agora, a BIP reunirá os setores público e privado com instituições domésticas e internacionais para superar as barreiras de investimento e apoiar uma transição em toda a economia”.
Liderada pelo governo brasileiro, a BIP baseia-se nos esforços anunciados anteriormente neste ano pela GFANZ e pelo BNDES para ajudar a ampliar os investimentos de transição dos setores público e privado, integrar caminhos e iniciativas existentes, mobilizar capital em grande escala e garantir o uso eficaz dos recursos para promover os Planos de Transformação Ecológica e Climática do governo brasileiro, incluindo os planos de transição climática em setores-chave.
“A Plataforma Brasil de Investimento Climático e para a Transformação Ecológica é um dos resultados da Força-tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima, inovação trazida pela presidência brasileira do G20”, disse Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática do Brasil. “Será essencial para a implementação do Plano Clima, atraindo investimentos de outros países para acelerar e dar escala à descarbonização da economia brasileira.”
“A Plataforma será um divisor de águas na atração de investimentos para energia limpa no Brasil”, disse Alexandre Silveira, Ministro de Minas e Energia do Brasil. “Está alinhada com as nossas políticas para a transição energética justa e inclusiva e com a pauta que impulsionamos no Grupo de Trabalho sobre Transições Energéticas do G20. Estamos confiantes de que temos os parceiros certos para dar escala e visibilidade a esses investimentos, acelerando o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.”
A BIP está alinhada com os planos do Brasil, sendo flexível e adaptável às necessidades e prioridades do país, e estabelecerá um fórum global e intersetorial que promoverá a colaboração público-privada para mobilizar investimentos em projetos alinhados com as prioridades do governo. Para isso, a BIP interagirá ativamente com iniciativas existentes, incluindo:
Mapear e priorizar os pipelines de projetos alinhados com os planos do governo e identificar mecanismos para escalá-los, em parceria com iniciativas setoriais relevantes, como o Programa Acelerador de Transição Industrial (ITA) Brasil, o Hub de Descarbonização Industrial, o Hub de Hidrogênio e o Laboratório de Investimentos da Natureza do Brasil.
Reunir uma comunidade global de investidores e financiadores do setor público e privado, instituições financeiras de desenvolvimento e fundos multilaterais de clima para expandir o pool de capital doméstico e internacional disponível para projetos prioritários.
Desenvolver potenciais mecanismos de financiamento e explorar maneiras de viabilizar o uso estratégico e catalisador do capital público para mobilizar investimentos privados, incluindo parcerias com bancos multilaterais de desenvolvimento e instituições de desenvolvimento nacionais.
Trazer perspectivas do setor privado sobre barreiras políticas para ajudar a destravar investimentos em setores prioritários onde é necessário mais apoio.
Ajudar a avançar as prioridades de desenvolvimento e financiamento climático do Brasil em suas presidências do G20 e COP30.
A BIP inicialmente focará em três setores:
Soluções baseadas na natureza e bioeconomia, incluindo a restauração e o manejo sustentável da vegetação nativa, a redução do desmatamento, a agricultura regenerativa e o manejo de resíduos;
Indústria e Mobilidade, catalisando os esforços de descarbonização em setores como aço, alumínio e cimento, mobilidade urbana elétrica e fertilizantes verdes;
Energia, apoiando esforços para viabilizar energia solar off-grid, redes inteligentes, indústrias de energia eólica offshore, combustíveis sustentáveis, bioinsumos agrícolas, hidrogênio de baixo carbono, eficiência energética e minerais críticos.
Os projetos serão oriundos tanto do setor público quanto do privado, incluindo a possibilidade de apoiar os esforços de transição de cidades e estados brasileiros. Dentro desses setores, a Plataforma já identificou e incluiu projetos-piloto como meio de testar os critérios de seleção do pipeline da BIP, o modelo operacional e os fóruns de tomada de decisão. Esses projetos totalizam US$ 10,8 bilhões em capital a ser mobilizado, uma vez tomada a decisão final de investimento e incluem:
Acelen Renewables, que está desenvolvendo uma proposta de combustíveis renováveis de US$ 3 bilhões, visando produzir 1 bilhão de litros por ano de diesel verde e combustível sustentável para aviação a partir de macaúba, uma planta brasileira;
o projeto Corredores para a Vida, liderado pela Ambipar Environment e pelo IPÊ, que busca US$ 95 milhões para restaurar um dos maiores corredores ecológicos do Brasil na Mata Atlântica, com o objetivo de reconectar áreas fragmentadas em até 6.000 hectares de terras degradadas até 2040;
e o projeto de US$1,15 bilhão da Atlas Agro será a primeira planta de fertilizantes verdes em escala industrial no Brasil;
a Biomas investirá US$ 150 milhões na restauração de 14.000 hectares de vegetação na Amazônia e na Mata Atlântica;
Fortescue, que está criando uma planta de hidrogênio verde de US$ 3,5 bilhões;
Projeto Caldeira da Meteoric Resources visa arrecadar US$ 425 milhões para financiar o desenvolvimento de métodos de extração de baixa emissão para elementos de terras raras;
Vale, que possui um projeto para induzir o investimento de parceiros de aproximadamente US$2,5 bilhões na construção de polos industriais no Brasil para a produção de hidrogênio verde e ferro briquetado a quente (HBI) visando a descarbonização da indústria siderúrgica.
A BIP trabalhará com fundos e programas públicos existentes, como o Restaura Amazônia, bem como com iniciativas parceiras, incluindo o Laboratório de Investimentos da Natureza do Brasil – uma iniciativa liderada pelo setor privado que desenvolve recomendações regulatórias e políticas, modelos de negócios e uma abordagem consistente para projetos de soluções baseadas na natureza no Brasil – e o programa Acelerador de Transição Industrial (ITA) Brasil – uma iniciativa projetada para ajudar a avançar um portfólio de projetos da economia real para superar os desafios da descarbonização em setores-chave com altas emissões.
A BIP também buscará parcerias com bancos multilaterais de desenvolvimento (BMDs) e fundos ambientais e climáticos para financiar tecnologias emergentes e desenvolver estruturas de financiamento inovadoras.
“O AIIB está animado por fazer parte desta iniciativa transformadora de financiamento climático, um passo significativo em direção à promoção da colaboração e à condução do desenvolvimento sustentável”, disse Jin Liqun, Presidente do AIIB e Presidente do Conselho de Administração. “Esta plataforma histórica reúne parceiros e financiadores chave que desenvolverão um robusto pipeline de projetos que se alinha com as Contribuições Nacionalmente Determinadas do Brasil, as metas climáticas e o Plano de Transformação Ecológica. Estou confiante de que esta será uma solução abrangente para enfrentar os desafios climáticos e ecológicos do Brasil. Seu foco em infraestrutura sustentável, resiliência climática e financiamento verde ressoa profundamente com a missão do AIIB de Financiar Infraestrutura para o Amanhã.”
Ilan Goldfajn, Presidente do BID, enfatizou a complementaridade entre os esforços domésticos e internacionais: “A Plataforma de Investimentos do Brasil (BIP) é uma importante plataforma de financiamento liderada pelo país para mobilizar recursos voltados para atender às prioridades ecológicas e econômicas do Brasil. Os BDs estão cada vez mais trabalhando como um sistema para apoiar seu co-financiamento e mobilização de outros recursos e esforços conjuntos. Esta Iniciativa demonstra a aliança entre os esforços liderados pelo país e a agenda de reforma conjunta dos bancos de desenvolvimento multilateral”.
“A Plataforma de Investimento em Transformação Climática e Ecológica do Brasil (BIP) é uma iniciativa importante e fundamental”, disse Dilma Rousseff, Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento. “É uma oportunidade para o Brasil alavancar projetos de desenvolvimento sustentável que terão um impacto significativo nas próximas décadas. Os investimentos verdes serão um passo decisivo para construir um futuro inclusivo e enfrentar as mudanças climáticas. O NDB está pronto para ser um parceiro de primeira linha para o Brasil no desenvolvimento do BIP como uma referência internacional em mobilização de capital.”
O BNDES será o anfitrião da Secretaria do BIP, que será apoiada pelo Programa de Preparação do Fundo Verde para o Clima (GCF) para o Brasil e pelas Bloomberg Philanthropies.
“O histórico de 72 anos do BNDES e seu profundo conhecimento local em fomentar o desenvolvimento social e econômico e a infraestrutura do país serão uma alavanca fundamental para o trabalho da Plataforma”, disse Aloizio Mercadante Oliva, Presidente do BNDES. “Acreditamos que podemos replicar o sucesso e a liderança do Brasil em investimentos em energia renovável para todos os setores selecionados, posicionando o país na vanguarda dos investimentos em transição climática.”
“As plataformas nacionais atuam como multiplicadores de força para a ação climática, reunindo grandes financiadores de desenvolvimento sob uma única estratégia de desenvolvimento liderada pelo país”, disse Mafalda Duarte, Diretora Executiva do Fundo Verde para o Clima. “A Plataforma de Investimento em Transformação Climática e Ecológica do Brasil tem um potencial significativo para impulsionar a economia climática do país e fortalecer sua capacidade de acessar financiamento climático. O Fundo Verde para o Clima tem orgulho de apoiar este esforço e permanece comprometido em apoiar mais iniciativas como esta por meio de nosso Programa de Preparação, a maior iniciativa de capacitação climática do mundo.”
“O lançamento da Plataforma de Investimento em Transformação Climática e Ecológica do Brasil (BIP) marca um passo significativo para apoiar a capacidade do Brasil de proteger seus diversos ecossistemas enquanto fortalece sua economia”, disse Mary Schapiro, Vice-Presidente do GFANZ. “Por meio de financiamento inovador e parcerias globais, a Plataforma acelerará a transição do Brasil para uma economia de baixo carbono, promoverá a colaboração entre os setores público e privado e desbloqueará investimentos que impulsionarão o crescimento econômico, protegerão o meio ambiente e ajudarão a liderar o caminho para outras nações que trabalham em direção a um futuro de emissões líquidas zero.”
“Fomos criados com o propósito de participar ativamente e acelerar a transição energética global, com um forte foco na integração do agronegócio”, disse Luiz de Mendonça, CEO da Acelen Renewables. “Construímos um ecossistema robusto e integrado composto por uma equipe altamente qualificada e parceiros experientes. Com isso, forneceremos ao mundo uma solução viável e inovadora para combustíveis renováveis, sustentável de ponta a ponta.”
“A restauração ecológica é um dos pilares de um novo modelo de desenvolvimento sustentável no Brasil”, disse Plínio Ribeiro, Head de Soluções de Carbono da Ambipar Environment. “O projeto ARR Corredores para a Vida, em parceria com o IPÊ, exemplifica essa transformação ao promover a recuperação de 75.000 hectares na Mata Atlântica, no estado de São Paulo. Este é apenas o começo de uma indústria com enorme potencial para gerar renda, empregos e conservar a biodiversidade.”
“A missão da Atlas Agro é descarbonizar a produção de fertilizantes nitrogenados, um dos setores industriais mais difíceis de descarbonizar do mundo”, disse Knut Karlsen, Co-Fundador e Presidente da América do Sul da Atlas Agro. “Os fertilizantes nitrogenados são vitais para a produtividade agrícola e para alimentar uma população crescente. Estamos empolgados e honrados por fazer parte do BIP enquanto construímos uma produção de nitrogênio sustentável em grande escala no Brasil, atendendo aos agricultores locais.”
“A plataforma BIP dará visibilidade aos nossos projetos de restauração ecológica para potenciais parceiros de investimento relevantes”, disse Fabio Sakamoto, CEO da Biomas. “Acreditamos fortemente no poder transformador social, climático e de biodiversidade dessas iniciativas em diversos biomas brasileiros. Nosso país tem o potencial para ser líder nesse espaço, e a iniciativa do BNDES e GFANZ certamente será capaz de estabelecer a conexão entre projetos e capital.”
“A Plataforma de Investimento em Transformação Climática e Ecológica do Brasil (BIP) é crucial para avançar a indústria brasileira de hidrogênio verde, apoiando pioneiros como a Fortescue e seu projeto no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará. O Brasil é um ator chave na transição verde global, com potencial para liderar a indústria de GH2”, disse Agustin Pichot, Diretor de Crescimento da Fortescue, responsável por todos os projetos e operações da empresa no mundo, exceto minério de ferro.
“O BIP é uma iniciativa tremenda para o Brasil, e todos os envolvidos estão de parabéns por tomarem medidas para unir governo, indústria e setores financeiros no combate conjunto às mudanças climáticas”, disse Marcelo, Diretor Executivo da Meteoric Resources NL. “A Meteoric tem orgulho de fazer parte dessa iniciativa, enquanto buscamos desenvolver uma das maiores e mais sustentáveis instalações de terras-raras do mundo, o Projeto Caldeira, em Poços de Caldas, no Estado de Minas Gerais. O Projeto Calderia, uma vez desenvolvido, será uma operação multigeracional, com capacidade para fornecer óxidos de terras-raras sustentáveis e de baixo custo, críticos para acelerar a descarbonização, o desenvolvimento sustentável e iniciativas estratégicas. Temos orgulho de fazer parte desta iniciativa.”
“Estamos posicionados de forma única para acelerar a transição energética, ao mesmo tempo que promovemos a nova industrialização do Brasil”, disse Ludmila Nascimento, Diretora de Energia e Descarbonização da Vale. “Ao fornecer minério de ferro de alta qualidade e desenvolver novos produtos, bem como modelos de negócios inovadores como os Mega Hubs, estamos capacitando nossos parceiros a tornar o hidrogênio verde uma solução viável. Isso garante uma demanda estável por hidrogênio verde, essencial para a produção de aço de baixo carbono.”