As políticas econômicas do presidente Donald Trump enfrentam o pior índice de aprovação desde sua reeleição, segundo a pesquisa CNBC All-America Economic Survey divulgada nesta semana. De acordo com o levantamento, 55% dos americanos reprovam a condução econômica do governo, marcando a primeira avaliação negativa nesse quesito desde o início de seu segundo mandato.

O dado evidencia uma mudança significativa na percepção popular sobre a economia dos Estados Unidos. Para 49% dos entrevistados, a situação econômica do país deve piorar nos próximos 12 meses — o maior índice de pessimismo desde 2023. A desaprovação cresce especialmente entre independentes, com queda de 23 pontos, e entre democratas, com recuo de 30 pontos. Entre os republicanos, apesar do apoio ainda majoritário, já há sinais de desgaste, especialmente em temas como tarifas comerciais.

Tarifas e inflação lideram insatisfações

As tarifas comerciais, uma das principais bandeiras da gestão Trump, concentram boa parte das críticas: 49% desaprovam a política tarifária, sendo que entre os independentes, esse índice chega a 26%. A inflação continua como outro ponto sensível — 60% desaprovam o desempenho do governo na contenção dos preços, contra apenas 37% de aprovação.

Ainda assim, há exceções: a política de imigração, especialmente na fronteira sul e nas deportações, é vista positivamente por pouco mais da metade dos entrevistados (53% e 52%, respectivamente).

Polarização e incertezas no mercado

A pesquisa, realizada entre 9 e 13 de abril com 1.000 eleitores e margem de erro de 3,1 pontos percentuais, também revela um cenário de forte polarização. Enquanto 76% dos republicanos acreditam que a economia está melhorando, 83% dos democratas afirmam que ela deve piorar. Esse contraste reflete um país dividido, inclusive em relação ao ambiente de investimentos: 53% consideram este um mau momento para aplicar recursos — uma reversão do otimismo registrado logo após a eleição.

Apesar do desgaste na avaliação de Trump, os democratas ainda não conseguiram ampliar sua vantagem no cenário eleitoral para o Congresso. Segundo a pesquisa, os republicanos têm 46% das intenções de voto, contra 48% dos democratas — empate técnico dentro da margem de erro.