Câmara de Goiânia debate suposta ameaça com arma de fogo entre procurador e equipe de vereador

Após um incidente envolvendo o procurador-geral da Câmara Municipal de Goiânia, Kowalsky Ribeiro, e assessores do vereador Sargento Novandir (MDB), vereadores devem se reunir para discutir o caso. A situação teria ocorrido na terça-feira (6), no estacionamento da Casa, e incluiu, segundo relatos, uma suposta ameaça por parte do procurador.

O primeiro vice-presidente da Câmara, vereador Anselmo Pereira (MDB), afirmou que medidas serão tomadas após análise das imagens e depoimentos: “Não é um caso normal. Vamos acompanhar de perto para evitar que episódios como esse se repitam”, declarou.

O presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), deve convocar uma reunião com todos os parlamentares. A medida segue a prática adotada em outros momentos de tensão no Legislativo, como o recente embate entre Novandir e uma assessora do vereador Henrique Alves (MDB).

Durante a sessão, o vereador Fabrício Rosa (PT) criticou a presença de pessoas armadas no prédio. “A única arma que deve estar nesta Casa é a palavra”, disse. O parlamentar alertou para o risco que o porte de armas representa ao debate democrático e ao ambiente institucional.

A vereadora Aava Santiago (PSDB) também se manifestou, lembrando que já havia denunciado a circulação de parlamentares armados no plenário. Para ela, o caso reflete uma escalada de violência que ameaça o papel do Legislativo: “Se aqui dentro não conseguimos resolver nossas divergências de forma pacífica, o que a sociedade pode esperar de nós?”

Em coletiva, o vereador Novandir relatou que seu chefe de gabinete ficou abalado e criticou o porte de arma por parte do procurador. “Minha maior preocupação é tirar a arma dele. É uma pessoa despreparada”, afirmou. Apesar disso, defendeu seu próprio direito de andar armado, alegando respaldo em leis federais e estaduais.

O procurador Kowalsky Ribeiro, por sua vez, negou que tenha feito ameaças e afirmou que sofreu agressões verbais. Ele registrou uma queixa-crime contra o vereador e dois assessores. Em nota, reiterou que nunca empunhou arma e classificou as acusações como falsas. “Minha atuação sempre foi pautada pela ética e pelo respeito às instituições”, declarou.

O episódio reacende o debate sobre a proibição do porte de armas na Câmara, estabelecida por resolução de 2022. Novandir considera a norma inconstitucional e defende sua revogação.