50% de Tarifas: O Preço da Submissão Bolsonarista ao Governo Trump
Nesta semana, os Estados Unidos anunciaram a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros — incluindo café, suco de laranja, aço, alumínio, etanol e aviões — em uma clara retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. A justificativa oficial de Trump mistura argumentos comerciais — como suposto desequilíbrio tarifário — com motivações políticas pelo tratamento legal dado a Bolsonaro.
No entanto, mais grave do que a medida em si é o modus operandi que levou a isso: acusações crescentes de que foi a própria família Bolsonaro quem buscou esse castigo, usando influência junto a Trump para tentar frear seu processo político no Brasil. O ministro Haddad afirmou que “a única explicação plausível […] é que a família Bolsonaro urdiu esse ataque ao Brasil com um objetivo específico: escapar do processo judicial”. E o ex-deputado Eduardo Bolsonaro admitiu publicamente: sem perdão ao pai, “as coisas tendem a piorar”.
A denúncia é grave: em vez de defender o interesse nacional, Bolsonaro e seu entorno teriam sacrificado milhares de produtores, trabalhadores e consumidores brasileiros em nome de interesses particulares. Para cada nacional emocionado com narrativas patrióticas, há um duríssimo impacto econômico prestes a chegar — e a consequência política pode favorecer ainda mais o governo Lula, que surge como defensor da soberania nacional diante de uma intromissão americana sem precedentes .
Do ponto de vista geopolitico, a reação de Trump é sintoma de uma estratégia maior: o uso de tarifas como arma política global — algo já visto com aliados europeus e asiáticos . No Brasil, porém, o combustível para tal ação foi acendido internamente: lideranças bolsonaristas que venderam o alinhamento incondicional aos EUA como troféu diplomático chegaram à porta errada.
Hoje, o Brasil enfrenta não apenas um conflito tarifário sem mérito técnico real — afinal, os EUA operam com superávit na balança de bens com o Brasil, e não déficit —, mas também a vergonha de saber que não foi agressão externa, mas uma traição interna, calculada e premeditada.
Seja por inabilidade diplomática ou vaidade familiar, o resultado é uma lição cara para o país: confiar o destino de uma nação às intenções de quem coloca interesses pessoais acima do Brasil. E a conta está chegando — carregada de risco para pequenas plantações, para indústrias e para famílias que contavam com o comércio livre com os EUA.
O Brasil agora precisa enfrentar não apenas uma guerra de tarifas, mas também a humilhação de ter sido usado como peão em uma disputa política estrangeira — um capítulo sombrio da nossa história recente. Que a repulsa nacional a esse golpe sirva de alerta permanente: soberania não se negocia, muito menos se abdica, mesmo sob pressão familiar.