Curativo à base de romã e alecrim acelera cicatrização e combate infecções

Tecnologia desenvolvida na Unicamp forma filme protetor sobre feridas e oferece alternativa sustentável, eficaz e de baixo custo aos tratamentos tradicionais

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um inovador curativo líquido bioativo que promete transformar o tratamento de feridas cutâneas. Feito à base de polivinilpirrolidona (PVP) e extratos naturais de casca de romã e alecrim, o produto alia ação cicatrizante, antimicrobiana e antioxidante com sustentabilidade e baixo custo de produção.

Aplicado como uma pasta, o curativo seca rapidamente ao entrar em contato com a pele e forma um filme fino e resistente que protege a área lesionada, inibindo o crescimento de microrganismos e evitando infecções. Sua fórmula utiliza solventes ecológicos — como água e etanol — e concentra compostos fenólicos com reconhecida ação terapêutica.

A pesquisa integra o projeto “Desenvolvimento de um sistema bidimensional de extração, separação e análise para avaliação da bioatividade de fitoquímicos”, financiado pela FAPESP e coordenado pelo professor Maurício Ariel Rostagno. A proposta é criar sistemas eficientes para caracterizar e extrair compostos bioativos de origem vegetal com agilidade e controle em tempo real.

Solução eficaz, sustentável e acessível
Diferente dos curativos convencionais, que muitas vezes exigem trocas constantes, têm baixa ação antimicrobiana e não são biodegradáveis, a nova tecnologia apresenta vantagens importantes:

É resistente à água, facilitando o cuidado diário;

Tem excelente aderência à pele, sem causar desconforto;

Reduz a necessidade de medicamentos adicionais, como antibióticos tópicos;

É biocompatível e sustentável, pois utiliza resíduos agroindustriais na composição.

A equipe destaca ainda o potencial da tecnologia para democratizar o acesso ao tratamento de feridas, especialmente em regiões com recursos limitados.

Atualmente, o curativo já está com patente depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), e os pesquisadores trabalham para viabilizar parcerias que levem o produto ao mercado.

Essa inovação reafirma o papel da ciência brasileira na criação de soluções práticas, sustentáveis e de impacto direto na saúde pública.