Lula diz ter pedido a Trump a prisão de empresário apontado como grande devedor e ligado ao crime organizado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que solicitou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a prisão de um empresário brasileiro radicado em Miami, que, segundo ele, seria “um dos grandes chefes do crime organizado brasileiro” e o maior devedor do país. A declaração foi feita durante um evento no Palácio do Planalto.

Lula relatou que telefonou a Trump para tratar de cooperação no enfrentamento ao crime organizado e colocou o governo brasileiro à disposição para ações conjuntas na área.
“Liguei para o presidente Trump e disse que, se ele quiser enfrentar o crime organizado, nós estamos à disposição. E mandei, no mesmo dia, a proposta do que queremos fazer”, afirmou.

O presidente acrescentou ter informado ao líder norte-americano que o empresário em questão, apontado como importador de combustíveis e alvo de investigações no Brasil, vive em Miami.
“Se quiser ajudar, vamos começar prendendo esse aí”, disse Lula, sem citar nomes.

Apesar de não ter mencionado diretamente, Lula se referia ao empresário Ricardo Magro, dono da refinaria privada Refit, alvo recente de uma operação da Receita Federal. A ação apontou operações irregulares envolvendo empresas registradas no estado norte-americano de Delaware, conhecido por permitir abertura de companhias com anonimato e isenção tributária, desde que não gerem renda dentro dos EUA.

Segundo a Receita, estruturas desse tipo são frequentemente associadas a lavagem de dinheiro e blindagem patrimonial.

Na ocasião da operação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que ele e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, sugeriram a Lula buscar cooperação internacional com autoridades norte-americanas para fortalecer o combate a crimes financeiros.