BRASILEIRO GASTA ATÉ 60% MAIS COM BEBIDAS FORA DE CASA NO VERÃO, APONTA LEVANTAMENTO
Impulsionado pela economia da experiência, consumidor busca ambientes que ofereçam convivência, atendimento e sensações que não se reproduzem em casa
O verão, que começa oficialmente em 21 de dezembro, marca o período de maior consumo de bebidas fora de casa no Brasil. Dados da Kantar, líder global em insights de mercado, mostram que o tíquete médio Out of Home chega a R$ 11,62 — quase o dobro do valor registrado dentro do lar, de R$ 6,76 — impulsionado pelo calor, pela socialização e pela busca por experiências que não se reproduzem em casa.
O aumento na circulação de pessoas também altera o comportamento do público. Segundo Luís Gustavo De Martini, sócio-fundador da Estação Coronel, o clima é determinante para elevar a disposição para o lazer. “O calor é uma época em que estamos mais predispostos a beber, socializar e sair de casa para encontrar amigos ou até participar de um happy hour com colegas de trabalho”, afirma.
Um levantamento da Envase Brasil (2024) reforça a tendência: durante o verão, o brasileiro chega a gastar 60% mais com cerveja em bares e restaurantes.
ECONOMIA DA EXPERIÊNCIA E AJUSTES NOS BARES
O verão intensifica a lógica da chamada economia da experiência, em que o consumidor paga não apenas pelo produto, mas pelo ambiente, atendimento e conveniência oferecidos. Para De Martini, essa percepção ajuda a explicar o tíquete médio mais alto fora do lar. “O cliente busca algo que não consiga replicar em casa: desde um bom atendimento até um ambiente característico. Tudo isso faz parte da experiência”, observa.
Com a chegada da temporada, bares e restaurantes reforçam suas operações. A demanda maior exige ampliação de equipe, aumento de assentos e estoques mais robustos.
Durante os meses mais quentes, o perfil de consumo também muda. Bebidas mais leves e refrescantes ganham protagonismo. “O sol e o calor mexem com o humor das pessoas e as incentivam a aproveitar o momento fora de casa. Nosso carro-chefe, o chopp gelado, por exemplo, sempre cresce em vendas nessa época”, diz.
Para o empresário, o impacto no setor de food service é consistente. A combinação entre calor, férias e maior circulação nas ruas eleva o movimento e altera a rotina dos estabelecimentos. “O faturamento cresce. Calor é igual a pessoas na rua, e isso aumenta o consumo”, conclui.