22ª Goiânia Mostra Curtas divulga os resultados
Nos últimos anos, a Goiânia Mostra Curtas assumiu o compromisso de revelar um panorama da produção nacional em curta-metragem, refletindo sobre a riqueza da diversidade cultural brasileira e goiana. O festival se destaca como um caminho privilegiado para identificar as reverberações do tempo presente, tanto na pluralidade e potência das propostas artísticas, quanto nas principais recorrências estéticas e temáticas que retratam um Brasil multifacetado e em constante transformação.
Segundo o curador da Curta Mostra Brasil, Rafael de Almeida, “tive o privilégio de mergulhar em um vasto universo de obras que atestam a força do nosso cinema, com 943 filmes inscritos nesta edição, provenientes de 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. Selecionamos obras que unem proposta artística e discurso, conteúdo e forma, estética e política”.
A Goiânia Mostra Curtas, em sua 22ª edição, reafirma seu papel fundamental no cenário audiovisual brasileiro e do Centro-Oeste. Os resultados de 2023 sublinham a crescente importância do festival, evidenciando o engajamento do público e o apoio de realizadores e parceiros.
A 22ª edição da Goiânia Mostra Curtas foi marcada por cinco mostras exibindo 77 filmes diversificados que tiveram uma curadoria pensada na descentralização das produções feitas no país. O festival também prestou uma homenagem à montadora Cristina Amaral e ofereceu um cativante pocket show da multi-artista Saskia.
A estimativa total de público que passou pelo Teatro Goiânia e a Vila Cultural Cora Coralina nos 6 dias de evento foi cerca de 6.700 entusiastas do cinema, que retornaram às atividades da 22ª Goiânia Mostra Curtas de forma presencial e online.
Atividades formativas do Festival
Além disso, o público teve a oportunidade de participar de encontros com realizadores, cursos, laboratórios de roteiros, masterclass, debate e das sessões de filmes. E a exposição Arte em Cartaz, 22 anos de Goiânia Mostra Curtas que contou a história do festival ao longo dos anos.
Os participantes puderam aprender sobre o mercado audiovisual com os cursos de “Melodrama Decolonial”, ministrado pela diretora e roteirista Clara Anastácia e “O Mercado Audiovisual para Roteiristas”, com a produtora Mariana Brasil, no formato on-line. Este ano 6 projetos foram selecionados para o Laboratório de Roteiros Audiovisuais e receberam consultorias individuais da roteirista e diretora Ana Julia Travia e da roteirista e documentarista Luana Rocha.
Encontros com Realizadores, promoveram bate-papos, intercâmbios e importantes espaços de trocas com os representantes dos filmes de diversos estados brasileiros e foram comandados pelo curador da Curta Mostra Brasil, Rafael de Almeida.
A masterclass, aberta ao público, teve como tema “O Desenvolvimento de Projetos Autorais e Co-Direção: Um Estudo de Caso de As Miçangas” levantou caminhos possíveis para o desenvolvimento de histórias autorais e o trabalho de co-direção.
22ª GMC
Em seus 22 anos de história, a GMC enfrenta o desafio de perdurar de forma ativa, criativa e financeiramente sustentável. Desta vez, as atividades formativas se destacaram, atendendo tanto aos iniciantes quanto aos que buscam aprimoramento em suas produções. Neste contexto, durante esses dias de encontros e debates sobre o cinema que sonham e fazem, uma “casa-território” se formou, reunindo pessoas de diversos cantos do país, dispostas a compartilhar o mesmo espaço geográfico e onírico.
O contato com os filmes e as atividades de formação, todos reconheceram a necessidade de sonhar, de manter viva a faísca de esperança que o cinema acende em cada um, permitindo imaginar e agir em prol de futuros possíveis para o Brasil através do cinema. “A constelação de filmes exibidos no festival investe esforços nas potências da imaginação, pois não parece haver outro caminho para iluminar o chão em que pisam, conhecer o chão e lutar por ele também através do cinema.
A solidariedade e apoio ao povo Xokleng em um momento de desafios significativos foram expressos, e a casa é o refúgio onde a realidade encontra abrigo, enquanto os sonhos espreitam pelas frestas da imaginação” destaca Rafael de Almeida, curador da Curta Mostra Brasil. O cinema existe porque antes dele há a vida. O festival espera que a casa que habitam e a comunidade de cinema que formaram nestes dias permitam a projeção e luta por futuros possíveis.
A Goiânia Mostra Curtas, a cada ano, busca se reinventar e explorar temáticas transformadoras para a sociedade. Os resultados do festival são mais que estatísticas; são conquistas que se tornaram realidade graças ao apoio contínuo à cultura e ao audiovisual. A mensagem é clara: é hora de resistir.
A 22 ª Goiânia Mostra Curtas demonstra a importância de toda a cadeia produtiva do audiovisual que tornaram esta edição possível. “Estamos firmes e fortes para as experiências da 23ª edição. A sensação é de missão cumprida ao entregar um festival tão potente”, destaca Maria Abdalla, diretora geral do festival.
Premiação
O panorama dos filmes premiados pela 22ª Goiânia Mostra Curtas mostra a diversidade de lugares, espaços e produções realizadas no Brasil. Entre os destaques, estão o filme Yanomami “Mãri hi – A Árvore do Sonho”, de Morzaniel Iramari, sendo o grande vencedor da Mostra Brasil. Além do curta “PIRENOPOLYNDA”, de Tita Maravilha, Izzi Vitório e Bruno Victor, que levou o melhor filme da Curta Mostra Goiás.
Veja a lista dos premiados:
Curta Mostra Brasil
Melhor Filme: “Mãri hi – A Árvore do Sonho”, de Morzaniel Iramari
Melhor Direção: “Cabana”, de Adriana de Faria
Prêmio Especial do Júri: “Aqui Onde Tudo Acaba”, de Cláudia Cárdenas e Juce Filho
Menção Especial de Roteiro: “Remendo”, de Roger Ghil
Prêmio Especial do Júri SescTV: “Casa Segura”, de Allan Ribeiro
Curta Mostra Goiás
Melhor Filme: “Pirenopolynda”, de Tita Maravilha, Izzi Vitório e Bruno Victor
Melhor Direção: “Avoa” de Lucas Mendes
Prêmio Especial do Júri: “Chuva – Este filme não é meu”, de Antônio Fabrício
21ª Mostrinha
Melhor Filme (Júri Popular): “Ciranda Feiticeira”, de Lula Gonzaga
Curta Mostra Animação
Melhor Filme: “Ernesto”, de Fernanda Roque
Melhor Direção: “O Cacto”, de Ricardo Kump
Prêmio Especial do Júri: “Ciranda Feiticeira” de Lula Gonzaga