“60 anos do golpe, gerações em luta” – Obra relembra os anos de chumbo e se mostra necessária como ferramenta de estudo

O livro reúne uma coletânea de 60 artigos escritos por 60 autores de várias regiões do País- quase todos: sobreviventes da Ditadura Militar, que teve início com um Golpe civil-empresarial-militar e durou mais 21 anos.
De Goiás são co-autores da obra dois jornalistas – Laurenice Noleto Alves – a Nonô – e Antônio Pinheiro Salles.
Idealizado e produzido pelo advogado e ex-preso político Francisco Celso (Xico) Calmon, o livro coletivo traz memórias, análises de conjuntura e até poemas, sempre em resposta a uma pergunta do organizador da obra: “Onde você estava em 64 e onde você está hoje?”
A obra coletiva teve lançamento simultâneo. Além de Goiânia, no auditório da Adufg, outras sete capitais brasileiras lançaram o livro.
Com o auditório praticamente lotado e os livros com a venda já totalmente esgotada, o local do evento foi tomado pelos sons fortes de tambores do grupo de percussão Coró de Pau e Coró Mulher e com cantorias de um grupo de mulheres do Bloco Não é Não. Carregando pequenos xales vermelhos com a inscrição “Golpe nunca mais!”
Laurenice Noleto disse durante a entrevista, que a obra que se constitui num instrumento para novos debates a fim de promover a organização de movimentos sociais e proporcionar conhecimento as gerações sobre o período do Golpe Militar. A ativista contou o que passou como presa- política, junto a outras mulheres.
Pinheiro Salles, que viveu nove anos nos cárceres da Ditadura, passou pelas mais terríveis torturas que um ser humano pode suportar.
Em seu artigo no livro, ele escreve e fala ao público presente, com uma força de expressão que emociona: “Tenho muito mais passado que futuro. Então não vou desperdiçar minha existência. Confio na classe trabalhadora. Eu acredito a humanidade”.