Catavento realiza uma tarde de recepção aos novos bolsistas do projeto NUFAAC

Na tarde desta sexta-feira (19/1), a Catavento Cia Circense recebe em sua sede, em Goiânia, os dez alunos bolsistas selecionados para a quarta edição do projeto NUFAAC, Núcleo de Formação Ampliada para o Artista de Circo. Todos foram contemplados com uma bolsa de estudos e receberão formação gratuita por dez meses. Participaram desta seleção candidatos do Brasil, Venezuela, Chile, Colômbia, Argentina e Itália. Do Brasil, o projeto recebeu inscrições de Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Pernambuco, Santa Catarina, Rondônia e Bahia. O encontro de apresentação reunirá alunos, professores e equipe da Catavento em um coffee-break às 16 horas. Este projeto conta com apoio da Lei Goyazes.

O curso acontecerá na sede da Cia Catavento e terá encontros diários, pelas manhãs, de segunda a sexta-feira. Com 1.330 horas de formação, as aulas começam dia 20 de janeiro e seguem até 24 de novembro de 2024. Serão oferecidas 17 disciplinas em três grandes áreas: artes do circo, artes da cena e disciplinas teóricas. Para isso, o curso conta com uma equipe composta de 18 professores e professoras especializados. Entre eles, Felipe Nicknig (professor, diretor da Catavento Cia Circense e idealizador do NUFAAC), Rodrigo Mallet, Diego Esteves, Daniel de Carvalho Lopes (pesquisador de circo), João Paulo Simão (grupo Barbatuques), Diocélio Batista Barbosa (pesquisador e dramaturgista), Diogo Machado Granato, entre outros.

Além do curso, o projeto ainda oferece várias outras atividades. Os alunos terão residências de jogos do artista (palhaço), com Esio Magalhães Pereira; de dança (contato e improvisação), com Diogo Granato; de introdução musical e musicalidade, com João Paulo Simão; de dramaturgia, com Diocélio Barbosa e de teatro físico (mímica), com Miquéias. O NUFAAC também abre as portas para outros estudantes e público em geral ao oferecer três oficinas e uma mostra cultural de três dias, gratuita e aberta ao público, com obras criadas pelos formandos.

As disciplinas ofertadas pelo NUFAAC são voltadas para a especialidade circense, como acrobacias de solo e parada de mãos. Também haverá aulas sobre a história do circo, do corpo, elaboração de projetos culturais e de gestão. A criação também está no centro do curso, com disciplinas sobre pesquisa, dramaturgia, jogos do ator e introdução musical, por exemplo. A escolha desses temas passa pela necessidade de atender às demandas do artista de circo contemporâneo, que vive uma ampliação dos espaços de atuação, e que deve ser cada vez mais capaz de dialogar com outras artes. Para receber o certificado, o inscrito deverá ser aprovado em todas as disciplinas, apresentar projeto pessoal (que envolve criação e pesquisa) e ter frequência mínima de 75%.

Esta será a quarta turma do NUFAAC, depois de exitosas experiências em 2017, 2018 e 2020. Na última formação, o projeto recebeu 40 inscrições de diferentes estados e também de outros países, como Venezuela e Colômbia. O diretor da Companhia Catavento, Felipe Nicknig, comenta sobre a importância de ter uma iniciativa de formação no centro do país, que escapa do eixo Rio/São Paulo, além de ser um lugar central estratégico para atender diferentes regiões brasileiras. “Desde a primeira edição o NUFAAC chegou com força total, atraindo pessoas de outros estados, inclusive do Sudeste, além de contemplar artistas de Goiás”, compartilha o diretor.

Nicknig ainda reforça como alguns alunos que passaram por essa formação acabaram selecionados em grandes escolas, como a Escola Nacional de Circo. Outros aprovaram projetos culturais em editais ou passaram a fazer parte de companhias ou grandes grupos. Além disso, desde a primeira edição, o NUFAAC já teve três alunos aprovados na ESAC (École Supérieure des Arts du Cirque – Bélgica). “Essas trajetórias de quem passa pelo Núcleo expressam como este projeto tem sido um grande propulsor de carreiras artísticas dentro do circo”, comenta o idealizador.

Cia Catavento

A Catavento Companhia Circense se ocupa com o trabalho de investigação, formação, experimentação e criação orientadas pelas perguntas que compõem o atual cenário do artista de circo. Essas perguntas tangenciam questões estéticas e políticas e, por isso, a companhia se move pelos dilemas e desafios que atravessam nossos tempos, buscando significados, olhares e formas capazes de estabelecer comunicação e diálogo com o público. A companhia já realizou mais de 40 workshops de aéreos dinâmicos por todo o país, além de apresentar desde 2013, espetáculos de final de ano com alunos e alunas que passaram por formação. Entre os trabalhos da companhia, destaca-se a 1º Mostra Fora do Eixo, com 13 apresentações idealizadas pelos alunos formandos da primeira turma do NUFAAC, em 2018. O trabalho já rendeu um Troféu Buriti, concedido pelo Conselho Municipal de Cultura de Goiânia em 2018 e um Troféu Jaburu, pelo Conselho Estadual de Cultura e Casa Civil, em 2019. A Cia ainda estreou em 2021 o curta metragem inspirado livremente na vida de Cora Coralina, “Atravessar-se”. Por fim, no mesmo ano, estreou “Hi.a.to”, que passou por circulação nacional e agora em 2023 realiza outra estadual.