Semificções de estreia. É assim que Fred Gondim chama seu primeiro livro, Restou à pele se desprender, composto por contos que tratam de temas como transformação, identidade e redescoberta. A publicação sai pelo selo Naduk da negalilu editora e será lançada no dia 12 de dezembro (quinta), às 18h30, na Livraria Palavrear, em Goiânia.

Os treze contos de Fred Gondim evocam atmosferas que conduzem leitores e leitoras pelos labirintos do fluxo de consciência, da prosa poética, passando pelo humor corrosivo e pelo horror nos planos real e onírico. Transitando entre gêneros literários, ele discute possíveis impactos provocados por mudanças radicais.

O título foi extraído do conto “Ecdise”, palavra que remete ao processo de troca de pele das serpentes e outros animais. Segundo o autor, a pandemia da Covid-19 foi catalizadora dessa escrita, com desejo de publicação. “A ideia central tem raízes nos últimos anos, em que o mundo virou de pernas pro ar”, lembra ele.

Nas curtas histórias elaboradas pelo escritor e historiador, estão contidas referências que influenciaram sua escolhas estético-narrativas. “Os textos são também pequenas homenagens a espíritos criativos que me preencheram de cores ao longo da vida, como Hilda Hilst, David Lynch, Franz Kafka, Fernanda Young e H. P. Lovecraft”, revela.

Embora as vozes sejam diversas, em constante variação entre o feminino e o masculino, as tensões e contradições ficam normalizadas no universo de complexidades criado pelo autor. O prefácio escrito pelo professor de literatura Raul Majadas destaca o sujeito coisificado no conto “Borboleta”; a mulher que se redescobre por meio da violência em “Mandíbula”; a beleza das imagens poéticas de “Manhã”; e a reflexão sobre a natureza momentânea da essência de “Estrelado”.

Fred Gondim nasceu em Goiânia, é aluno no doutorado em História na Universidade Federal de Goiás e empregado público. Segundo ele, com os livros, aprendeu a abrir “pequenas fendas de liberdade na Matrix”.

“Precisamos ter a benesse de nos sentirmos ancorados naquilo que sabemos ser. Mesmo que esse ser sempre esteja em mutação”, arremata Majadas no prefácio. Para apresentar seu livro aos leitores e leitoras, o autor convidou também o escritor Luiz Gustavo Medeiros. O artista goiano residente em Brasília, Chico Monteiro, é o autor da ilustração que originou a capa.

Restou à pele se desprender já está à venda na Livraria Palavrear e na Livraria Tekoá, em Goiânia. O livro também pode ser encontrado em Pirenópolis, na Banca Iguana. Em breve, estará em pontos de venda na Cidade de Goiás, Brasília, São Paulo e Curitiba. Residentes em outras localidades podem adquirir no site da editora (www.negalilu.com.br) e diretamente com o autor pelo perfil @floresnarcoticas no Instagram.

SERVIÇO

Livraria Palavrear – Rua 232, 338, Setor Leste Universitário, Goiânia)