Moraes nega pedido para suspender processo contra Carla Zambelli no STF

Deputada já enfrenta maioria de votos por condenação a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do CNJ

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta segunda-feira (12) o pedido de suspensão do processo criminal contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), acusada de envolvimento na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2022.

O julgamento, iniciado em sessão virtual na última sexta-feira (9), já conta com quatro votos pela condenação da parlamentar a 10 anos de prisão. Apenas o voto do ministro Luiz Fux ainda não foi computado.

A defesa de Zambelli tentou suspender o processo, alegando o mesmo entendimento aplicado no caso do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que teve parte da ação penal suspensa. No entanto, Moraes descartou a comparação entre os casos, argumentando que os crimes atribuídos a Zambelli ocorreram antes de sua diplomação, em dezembro de 2022, o que inviabiliza a aplicação do artigo 53 da Constituição, que permite à Câmara dos Deputados suspender processos penais contra parlamentares apenas por atos cometidos após a diplomação.

Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a autora intelectual do ataque hacker que visava a emissão de um mandado de prisão falso contra o próprio ministro Alexandre de Moraes. O crime teria sido executado por Walter Delgatti Neto, que confessou a participação e afirmou ter agido a mando da deputada.

Em nota, a defesa de Zambelli negou as acusações e acusou Delgatti de mentir. Já os advogados do hacker reafirmaram que a ação foi realizada sob orientação da parlamentar.