Projeto “Viola Encantos de Goiás” promove, em Goiânia, dois shows gratuitos dos mestres Anacleto e Catupé

Segundo Maria Alvani, diretora do Centro de Referência Raio de Sol, em Aragoiânia, esse é um show muito além das expectativas, de muito profissionalismo e com artistas de muito talento e carisma. A dupla Anacleto e Catupé esteve por lá e parece ter deixado saudades, já que novos convites estão surgindo para os músicos, por conta dessas apresentações.

E pra quem ainda não presenciou o show “Viola Encantos de Goiás”, serão duas as chances de assistir, em Goiânia: 5ª feira, 23/11, às 19h, no Auditório do CECOM/IDF da PUC/GO (Rua 15, 293, St. Stos Dumont), e 3ª feira, 28/11, às 16h, na Casa do Interior de Goiás (Rua R-3, 120 – St. Oeste).

Os locais das apresentações são especialmente escolhidos, justamente para garantir acesso a um público diverso, seguindo o objetivo do projeto, de levar arte, cultura e entretenimento para locais não convencionais.

Este projeto conta com o apoio institucional da Lei Goyazes, por meio da Secretaria de Estado de Cultura de Goiás, e com o patrocínio da Equatorial Energia.

Inclusão, valorização da cultura local e fortalecimento das identidades regionais

Com essa turnê, além de divulgar seu trabalho, Anacleto e Catupé cumprem a missão de levar a música para locais onde a maioria das pessoas não têm acesso a essa riqueza cultural. “Acredito que a música é capaz de transformar vidas e proporcionar momentos de felicidade e encantamento”, comenta o violeiro Anacleto. Por isso, cada show “Viola EnCantos de Goiás” é um momento muito aguardado pelos músicos e por todos aqueles que apreciam a música instrumental de qualidade.

A viola e o violão desempenham um papel fundamental na música brasileira. Ambos possuem características únicas que contribuem para a riqueza e diversidade da nossa cultura musical.

A viola, em especial, é um instrumento tradicionalmente brasileiro, com raízes que remontam ao período colonial. Originária da viola portuguesa, a viola caipira ganhou características próprias ao longo dos séculos, especialmente nas regiões do interior do país. Com suas dez cordas e afinações específicas, a viola caipira é capaz de produzir sonoridades singulares, que evocam a vida no campo, as tradições folclóricas e a alma do povo brasileiro.

Anacleto João de Sousa e Catupé

Anacleto, nascido em Abadia de Goiás/GO, teve seus primeiros contatos com a viola em sua cidade natal, ainda na infância, quando participava dos cortejos da Folia de Reis. Criado em meio a violeiros e foliões, ele absorveu a rica cultura musical do estado de Goiás desde cedo. Autodidata, Anacleto mudou-se para Goiânia em busca de novas oportunidades e iniciou sua carreira musical. Já na capital teve, ainda jovem, estudou música com o maestro e violonista Arnaldo Freire. Depois, participou de vários shows com os músicos Domá da Conceição e Catupé. Anacleto se tornou, então, um músico, instrumentista, compositor e professor de viola e violão.

Ao longo de sua trajetória, Anacleto gravou três CDs autorais, participou de festivais, programas de rádio e TV, além de colaborar em diversos projetos de artistas goianos. Seu trabalho como violeiro é reconhecido pela sua originalidade e pela forma como ele contribui para a diversificação e o refinamento da cultura produzida nos sertões goianos. O artista é conhecido por sua habilidade em criar arranjos e melodias únicas, que exploram as possibilidades desses instrumentos.

Catupé, por sua vez, também é um músico autodidata, compositor e instrumentista, que iniciou sua carreira musical na década de 80, como cantor e baterista da banda Selvagem. Com o fim da banda dedicou-se exclusivamente ao violão e à viola caipira. Em 2012 criou o grupo Caboclinho com o objetivo de ministrar oficinas de viola para crianças e adolescentes, além de realizar trabalhos musicais e teatrais na área da cultura popular. Com um repertório diversificado, onde reúne ritmos de vários formatos, Catupé começou a se utilizar da viola como instrumento capaz de propiciar a comunicação cultural para além das fronteiras entre etnias e a dissolução de preconceitos estilísticos.