Em Audiência na Câmara, MEsp fortalece preparação do Brasil para Jogos Olímpicos de Inverno de 2026
Com Bolsa Atleta, Atleta Pódio e ações de excelência esportiva, Brasil chega ao ciclo olímpico com chances reais de medalha. São 333 atletas bolsistas nas modalidades no gelo ou neve
Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (3), às 14h, uma audiência pública sobre a preparação da delegação brasileira para os XXV Jogos Olímpicos de Inverno, que ocorrerão em Milão-Cortina, na Itália, entre 6 e 22 de fevereiro de 2026. O encontro reuniu representantes do Ministério do Esporte, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), das confederações de esportes no gelo e na neve e das comissões de atletas das duas entidades.
A secretária Nacional de Excelência Esportiva do MEsp, Iziane Marques, apresentou os aportes da política federal para atletas de inverno, com foco no Bolsa Atleta e no edital Atleta Pódio. “A finalidade do Bolsa Atleta é apoiar resultados. O programa contempla atletas olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos a partir de critérios técnicos e documentais. Hoje, temos 9.671 atletas recebendo o benefício no país e, especificamente nos esportes de inverno, 333 atletas apoiados em 2025, com valor total previsto de R$ 6,5 milhões, sendo R$ 2,9 milhões destinados ao Programa Olímpico de Inverno”, afirmou.
A secretária detalhou ainda os valores pagos nas categorias Estudantil, Nacional, Internacional, Olímpica/Paralímpica/Surdolímpica e Pódio, e destacou os nomes que integram o programa. “Entre os atletas de referência estão a Nicole Silveira, do Skeleton, o Edson Bindilatti, do Bobsled, e o Cristian Ribera, do programa paralímpico. Ao longo do ciclo olímpico e paralímpico, o investimento alcança 55 bolsas e chega a quase R$ 10 milhões, dos quais R$ 7 milhões destinados ao Programa Olímpico de Inverno”, completou.
De acordo com Iziane Marques hoje 42% das bolsistas dos jogos de inverno são mulheres e 58% homens; são sete atletas Pódio; sete atletas da base; 36 internacionais; 243 atletas nacionais; 40 atletas olímpicos, paralímpicos ou surdolímpicos.
Chance de medalhas
O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Marco Antônio La Porta, apresentou o planejamento da entidade para os Jogos Olímpicos de Inverno e afirmou que a edição de Milão-Cortina terá 16 modalidades, 116 eventos e cerca de 2.900 atletas de 93 países. “Nossa estimativa é levar entre 15 e 21 atletas brasileiros, com uma delegação total entre 70 e 86 pessoas. Essa pode ser a maior participação do Brasil em Jogos de Inverno”, informou.
Ele destacou o trabalho conjunto com as confederações para apoiar atletas nas etapas de classificação e nos treinos internacionais. Entre as ações do Programa de Operação Olímpica (PPO), citou o suporte ao Bobsled em competições classificatórias e aquisição de equipamentos, o pagamento de treinador e preparador físico da atleta Nicole, do Skeleton, e o apoio técnico ao Short Track e ao Esqui Alpino/Cross Country. “O papel do COB é preparar a missão para que o atleta não perca a medalha. Trabalhamos para neutralizar desafios logísticos e garantir condições adequadas de competição”, afirmou La Porta. O presidente ainda informou que, pela primeira vez, o Brasil chegará aos Jogos com chances claras de medalha, com três possibilidades reais identificadas pelas equipes técnicas.
Casa Brasil
La Porta destacou também os desafios logísticos da edição de 2026 e anunciou que o Brasil terá, pela primeira vez em Jogos de Inverno, a Casa Brasil, instalada em Milão entre 5 e 21 de fevereiro, destinada à recepção de atletas, autoridades e patrocinadores. “São seis vilas olímpicas separadas por longas distâncias, muitas vezes medidas em horas. Isso exige planejamento cuidadoso de transporte, saúde, hospedagem e equipamentos”, explicou.
O presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Emílio Strapasson, apresentou os resultados recentes das modalidades no gelo e destacou que o Brasil chega ao ciclo de 2026 com desempenho inédito. “Temos foco em Bobsled e Skeleton. A Nicole Silveira alcançou o melhor resultado da história dos esportes de inverno do país, com o quarto lugar em etapa da Copa do Mundo. O Edson Bindilatti conquistou ouro na Copa América, o que reforça o potencial de classificação e desempenho”, afirmou. Ele também enfatizou o trabalho de formação nacional.
“Hoje, 95% dos atletas da CBDG nasceram no Brasil e competem internacionalmente. O objetivo é desenvolver base sólida, sem dependência de atletas naturalizados”, completou. Participaram ainda o presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve, Anders Pettersson, e as presidentes das comissões de atletas das duas confederações, Bruna Moura (CBDN) e Erick Vianna (CBDG), que contribuíram com informações sobre critérios de convocação e rotinas de preparação.
Assessoria de Comunicação – Ministério do Esporte