Presidente do Comitê Internacional elogia esporte paralímpico no Brasil: “Patamar mais alto”
Presidente do Comitê Paralímpico Internacional, desde 2017, o brasileiro Andrew Parsons está a todo vapor acompanhando os preparativos para as Paralimpíadas de Paris 2024, que acontecem entre os dias 28 de agosto e 8 de setembro. Agora, com menos de 100 dias até o megaevento, o dirigente aproveitou para atender a imprensa. A partir daí, o Torcedores.com conseguiu uma entrevista exclusiva com Parsons, que é formado em jornalismo e já comandou o Comitê Paralímpico Brasileiro de 2011 a 2017.
Confira a entrevista com o presidente do Comitê Paralímpico Internacional na íntegra
Torcedores.com – Qual a expectativa para as Paralimpíadas de Paris?
Andrew Parsons: Acredito que os Jogos Paralímpicos serão os mais espetaculares da história, e por alguns motivos. Primeiro, pela cidade sede. As competições serão disputadas próximas a lugares icônicos como o futebol de cegos que será perto da Torre Eiffel e o hipismo em Versailles, por exemplo. O esporte paralímpico evoluiu muito nos últimos anos, então a qualidade das disputas será maior e o impacto, também. Só para se ter uma ideia, 164 países compraram os direitos de transmissão. E queremos os torcedores de volta, depois de duas edições (Pequim e Tóquio), sem eles. Por fim, nós queremos trazer as pessoas com deficiência para frente do debate, assim como estão o movimento para povos originários e LGBTQUIA+
Torcedores – Em recente visita ao CT Paralímpico em São Paulo, uma delegação francesa que vai receber os atletas do Brasil, elogiou a estrutura. Em que patamar está o Movimento Paralímpico Brasileiro?
AP: O Movimento Paralímpico Brasileiro está, com certeza, no patamar mais alto. Esse movimento não pode ser algo esportivo, só. Mas também mudar a visão da sociedade em relação às pessoas com deficiência. Compartilho dessa visão que o Comitê Paralímpico Brasileiro, tem. Eu tenho um grande orgulho de fazer parte dessa história e o trabalho que o presidente Mizael (Conrado, mandatário do Comitê Paralímpico Brasileiro) é excelente. Destaco a utilização do CT Paralímpico, um legado dos Jogos Paralímpicos do Rio 2016.
Torcedores – Qual sua maior contribuição, enquanto presidente do Comitê Internacional para o paradesporto, na sua opinião?
AP: Eu vejo três grandes contribuições minhas: primeiro, tem uma maior aproximação do Comitê Internacional com os Comitês Nacionais. Há um maior investimento em capacitação nos comitês nacionais. Sejam para treinadores, classificadores e atletas. Outra contribuição é ter uma entidade mais focada nos direitos humanos ao ressaltar que o movimento não se resume aos atletas nas vilas paralímpicas, mas também, diz respeito ao 1,2 bilhão de pessoas com deficiência no mundo. E, por fim, uma maior cooperação com o COI, cujo acordo para este fim foi assinado em 2018 e vai até 2032. Nisso está englobado, por exemplo, a negociação dos direitos de TV das Paralímpiadas.
Torcedores – Como o Comitê está agindo, quanto a possíveis trapaças na definição da classificação funcional?
AP: A questão da classificação funcional tem patamares diferentes. Esse quesito fica a cargo das federações de cada modalidade. O Comitê rege algumas modalidades como o atletismo e a natação. Mas já propomos algumas alterações no código de classificação que serão votadas, dentro de alguns dias, por nossa assembleia geral. Será um novo guia para a federação que quiser se filiar a nós. Ele terá novos procedimentos e processos para combater, inclusive, as trapaças.
Torcedores – Quais serão seus próximos passos, dentro do esporte paralímpico?
AP: Estou 100% focado nos Jogos Paralímpicos e tudo que o envolve. Depois que o evento terminar, aí sim, vou pensar no que farei. Tenho direito a mais um mandato, mas a assembleia geral que decidirá isso é só em 2025. Então, entre o fim dos jogos e a assembleia, verei se vou concorrer ou não. (fonte:www.torcedores.com)