
Ambulantes da Rua 44 intensificam protestos e cobram diálogo com a Prefeitura de Goiânia
Grupo marcará presença na Câmara Municipal nesta terça-feira, 8 de abril, para pressionar por licenças e alternativas de trabalho
Há semanas, centenas de ambulantes que atuam na região da Rua 44 realizam protestos contra a política de “tolerância zero” anunciada pelo prefeito Sandro Mabel, que prevê a retirada definitiva dos comerciantes informais do local até o fim de abril. Nesta terça-feira, 8 de abril, a partir das 8 horas, uma comissão do movimento estará na Câmara Municipal para negociar com vereadores e exigir a revisão da medida.
Manifestações e reinvindicações
Na última quinta-feira (3 de abril), mais de 600 ambulantes/comerciantes se reuniram nas imediações da 44, acompanhados por um carro de som, solicitando uma disposição do prefeito para o diálogo, cobrando a retomada das autorizações de trabalho – atualmente suspensas pela Prefeitura.
André Cavalcante, um dos organizadores do movimento, explica que os ambulantes estão divididos por categorias (alimentação, vestuário, etc.), mas caminham unidos pela mesma reinvindicação “Pedimos licenças para trabalhar em horários específicos, sem conflito com lojistas. Já temos 12 vereadores dispostos a nos receber, mas buscamos mais apoio”.
Falta de diálogo com a prefeitura
Relatos emocionados destacam o impacto da proibição. Keila, camelô há cinco anos, conta que migrou para o comércio informal durante a pandemia: “Sustento meus dois filhos vendendo roupas. O prefeito nega até o horário das 3h às 5h, que não atrapalha ninguém”. Já Ana Paula, que vende alimentos, reforça: “Queremos regularização, mas precisamos trabalhar”.
O ambulante Fabrício Pereira dos Santos denuncia a repressão: “O prefeito manda a Guarda nos encurralar. Agora estou catando latinha. Não é vergonha, é sobrevivência”.
Próximos passos
A comissão formada pelos ambulantes/comerciantes se articulou o final de semana todo e agendaram várias reuniões com vereadores e promete manter as mobilizações até que a Prefeitura os ouça efetivamente ou apresente uma solução. A comissão também se organizou para estarem em peso na manhã da próxima terça-feira, (8 de abril) na Câmara Municipal de Goiânia, onde pressionarão por:
– Retomada das autorizações de trabalho;
– Criação de feiras em horários alternativos, como uma feira noturna ou madrugadista, inspirada no modelo da Feira da Madrugada de São Paulo.
– Diálogo direto com o prefeito Sandro Mabel.
Enquanto isso, os protestos seguem na 44, com apoio de vereadores como Fabrício Rosa (citado pelos manifestantes por sua atuação próxima ao grupo).
Contexto
A Rua 44 é tradicional ponto de comércio popular em Goiânia, mas enfrenta históricos conflitos entre ambulantes e lojistas. Em 2023, a gestão municipal iniciou operações para restringir o comércio informal, alegando questões de ordem pública.