O número de vítimas fatais pelas intensas chuvas que atingem o Rio Grande do Sul (RS) chegou a 66, de acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil às 9h deste domingo (5). Além disso, há seis óbitos em processo de investigação e 155 pessoas ficaram feridas, enquanto 101 permanecem desaparecidas.

Essa tragédia já superou o impacto da última catástrofe ambiental no estado, ocorrida em setembro de 2023, quando 54 pessoas perderam suas vidas devido à passagem de um ciclone extratropical. As autoridades alertam que este é considerado o pior desastre climático da história gaúcha.

As chuvas forçaram cerca de 95,7 mil pessoas a deixarem suas residências, incluindo 80,5 mil desalojados e 15,1 mil desabrigados. Ao todo, as enchentes já afetaram mais de 707,1 mil pessoas em todo o estado. Dos 497 municípios do RS, 332 foram atingidos pelas fortes chuvas, o que representa 66% das cidades.

Segundo o governo, mais de 420 mil pontos no estado permanecem sem energia elétrica e cerca de 839 mil residências (27%) estão sem fornecimento de água. As chuvas também causaram danos e interrupções no tráfego em rodovias estaduais, com 113 trechos em 61 rodovias registrando bloqueios totais ou parciais devido a estradas e pontes inundadas.

Devido à enchente do lago Guaíba, em Porto Alegre, a prefeitura da capital solicitou aos moradores que racionem água, uma vez que quatro das seis estações de tratamento estão fora de operação.

Diversas áreas de Porto Alegre foram inundadas após o lago Guaíba, que corta a cidade, ultrapassar a cota de inundação e atingir um nível recorde de mais de cinco metros no sábado.

No sábado à noite (4), o governador Eduardo Leite, junto com os ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), anunciou que os esforços conjuntos dos governos estão concentrados em resgatar o maior número possível de pessoas, com mais de 10 mil resgates realizados até então.