Construtora adota solução de drenagem que diminui eventuais danos das chuvas

Uma bacia de contenção de cheias foi instalada pela MRV em seu residencial recém-entregue no bairro Nova Esperança. Estrutura construída irá ajudar não só população do empreendimento, mas também de todo o setor

De acordo com o portal meteorológico Climatempo, nesta próxima semana, Goiânia deve registrar 108 milímetros de chuva, o que representa mais da metade da média mensal prevista para fevereiro. O primeiro trimestre do ano é sempre alvo de grande atenção da população goianiense devido aos altos volumes de precipitações registrados na cidade. Segundo levantamento da Defesa Civil Municipal, a capital do Goiás possui 94 pontos críticos de alagamentos e enchentes.

Uma das principais causas desse tipo de situação é a forte impermeabilização do solo por meio de extensas áreas cobertas por asfalto e concreto, comum em muitos grandes centros urbanos do país e que comprometem muito a drenagem urbana, resultando em grandes enchentes e riscos para muitos imóveis. Soluções para o problema têm sido estudadas pelo poder público, que conta, também, com a contribuição da iniciativa privada, como o que foi proposto em Goiânia pela MRV, empresa do grupo MRV&CO. A empresa, líder na América Latina na construção de empreendimentos residenciais, implantou em seu recém-entregue condomínio Golden Park, no bairro Nova Esperança, uma bacia de retenção de cheias.

Segundo explica o engenheiro civil Antônio Caio Ribeiro, gestor regional de produção da MRV, a estrutura consiste num grande reservatório construído para o armazenamento temporário das águas das chuvas, que escoam por telhados, pátios, ruas, calçadas e redes pluviais. Por meio dessa bacia, a água acumulada é liberada de forma gradual, garantindo, assim, que o sistema de macrodrenagem local conduza eficientemente os picos das enxurradas.

As bacias são utilizadas onde não existe área para detenção em locais altamente urbanizados. “Este reservatório possui um dispositivo de escoamento de baixa vazão, diminuindo o direcionamento de água em grande volume para a drenagem urbana, reduzindo a velocidade com que ela é infiltrada, ou seja, reduzindo o impacto da força das chuvas nas vias urbanas, lançando o volume aos poucos na via e diminuindo, assim, problemas de alagamentos e enchentes”, completa o engenheiro.

Ele também esclarece que a bacia de contenção instalada no Residencial Golden Park tem capacidade superior a necessária para o condomínio e, por isso, poderá atender futuros moradores do bairro. Antônio Caio Ribeiro afirma que é de suma importância que os grandes centros urbanos aumentem a permeabilidade do solo e pensem soluções de drenagem mais sustentáveis e eficientes. “Sempre que fazemos uma nova construção num terreno que antes era permeável, ou seja, não tinha recebido estruturas de concreto e outras reformas que dificultam a infiltração de água da chuva no solo, precisamos pensar em formas de compensar, criando soluções de drenagem para facilitar a infiltração, o escoamento ou direcionamento da água das chuvas para locais que possam comportá-la, diminuindo sua vazão. Essas obras das construtoras se unem à infraestrutura instalada pela gestão municipal para evitar alagamentos e enchentes”, destaca o engenheiro civil”, explica.

 

Jardins de chuva

Além da bacia de contenção, ele cita outra solução também muito utilizada para amortizar o impacto dos grandes volumes de chuva nas cidades: os jardins de chuva. Tratam-se de jardins de arbustos nativos, perenes e flores plantadas em uma pequena depressão do terreno, que geralmente é formada em uma encosta natural. Ele é uma infraestrutura verde projetada para reter temporariamente e absorver o escoamento da água da chuva. A área do jardim de chuva é contornada por uma terra permeável e composta por camadas de solo, areia e cascalho — componentes que atuam como um filtro natural para a água.

O uso desse tipo de mecanismo está, inclusive, previsto no projeto de lei municipal (PL 162/2023), que estabelece diretrizes para adaptação de vias municipais e que, recentemente, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de Goiânia. “Essa é uma solução sustentável de gestão das águas pluviais. Ela é instalada em canteiros e rotatórias para facilitar a absorção da água da chuva pelo solo, permitindo abastecer lençóis freáticos”, esclarece Ribeiro.