O Papa Francisco, primeiro pontífice sul-americano e jesuíta da história da Igreja Católica, faleceu aos 88 anos nesta segunda-feira (21), apenas um dia após celebrar o Domingo de Páscoa. A informação foi confirmada pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano, que declarou o falecimento após uma prolongada batalha contra uma pneumonia dupla.

Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, Argentina, liderou a Igreja por 12 anos, sendo eleito em 2013 como o 266º papa da história, sucedendo Bento XVI. Ao longo de seu papado, destacou-se pela defesa dos pobres, migrantes, e por uma abordagem progressista em relação às questões sociais, o que gerou admiração e também críticas dentro da própria Igreja.

Durante o período de internação no Hospital Gemelli, em Roma, o pontífice enfrentou complicações graves, incluindo transfusão de sangue e uso de oxigênio em altos fluxos. No último domingo, ainda participou da celebração da Páscoa na Praça de São Pedro, onde foi ovacionado por milhares de fiéis. Foi sua última aparição pública.

Francisco deixa um legado de compaixão e humildade. Em seu papado, buscou aproximação com comunidades marginalizadas, nomeou mulheres para cargos estratégicos no Vaticano, promoveu o diálogo inter-religioso e interveio em questões diplomáticas globais, como a reaproximação entre Estados Unidos e Cuba.

Sua postura crítica ao capitalismo, seu apoio à abolição da pena de morte e sua compreensão com relação a católicos LGBTQIA+ e divorciados o tornaram uma figura de inspiração para milhões, mas também alvo de resistência de setores mais conservadores.

O conclave para eleger seu sucessor deve ocorrer entre 15 e 20 dias. Até lá, o Vaticano será administrado interinamente pelo camerlengo.

O funeral do Papa Francisco está sendo organizado e promete atrair lideranças políticas e religiosas de todo o mundo. Seu legado, marcado pela empatia, coragem e inovação dentro da Igreja, continuará sendo lembrado por fiéis e historiadores por décadas.