Mulheres lideram procura por imóveis no Brasil, aponta DataZAP+

As mulheres são o principal consumidor do mercado imobiliário no Brasil, segundo levantamento realizado pelo DataZAP+, uma das principais ferramentas de monitoramento on-line do mercado imobiliário. A pesquisa mais recente, com dados de 2022, mostra que 6 em cada 10 pessoas com interesse em comprar ou alugar um imóvel através da internet eram mulheres. O levantamento de 2023 ainda não foi divulgado, mas deve manter os números.

Essa tendência também é vista em Goiânia. Dados da imobiliária URBS, uma das maiores da capital, mostram que quase metade (46,2%) das vendas de imóveis foram realizadas para mulheres como primeiras proponentes em 2023. “O primeiro proponente é o responsável financeiro pela compra e isso nos aponta para o crescimento da autonomia financeira da mulher. Logo deve passar dos 50%”, prevê a especialista em mercado imobiliário, Maria Rosa Rodrigues Martins, que tem muitas mulheres como clientes.

Este é o caso da médica cardiologista Maria Emília Figueiredo Teixeira. Solteira, ela comprou uma cobertura na região do Parque Vaca Brava, no setor Bueno, na capital goiana, no final do ano passado. “Pesou para mim a localidade e o conforto, já que é uma região que dá para fazer tudo a pé e, claro, fugir do trânsito. Isto, certamente, foi bem relevante na decisão de escolha”, explica a especialista em Hipertensão.

Sobre o fato da mulher virar o principal consumidor do setor imobiliário, ela acredita que a independência feminina em relação à sociedade ajudou. “Mais do que a independência financeira, é a independência social. A mulher pode e tem buscado sua vida independentemente de companheiros, outros familiares, e estamos vendo isso no ramo imobiliário”, acredita.

Para o sociólogo Pedro Henrique de Jesus Pereira, as mulheres vêm em uma evolução significativa na sociedade. “Percebemos esse salto na última década, período em que as mulheres vêm ganhando cenário e visibilidade. O protagonismo feminino é notório em vários aspectos da sociedade, inclusive no mercado imobiliário brasileiro, não só relacionado ao poder de compra, mas também em espaços como trabalhadoras do setor, que até pouco tempo era exclusivo para os homens”, explica.

Ainda segundo a pesquisa do DataZAP+, as mulheres representaram 55% do público que comprou imóveis em 2022. O número é maior quando se trata de aluguel: 67%.

Agência feminina

Falando na atuação da mulher no mercado imobiliário, de acordo com números do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, as mulheres corretoras de imóveis somam um total de 140 mil em todo o Brasil. Em Goiás, o crescimento nos últimos 10 anos foi de 115%, e elas já representam quase 40% dos profissionais.

Valorizando as habilidades femininas, o Grupo URBS lança, no dia 8 de março, a marca URBS Donna, em Goiânia, uma imobiliária formada exclusivamente por gestoras e corretoras de imóveis e focada em imóveis de alto padrão. O lançamento acontecerá em um  um talk-show exclusivo sobre empreendedorismo feminino, às 16h, no Eleonora Hsiung Atelier.

A diretora da URBS Holding, Angelina Carvalho, lembra que a agência com a força de vendas e de gestão feminina nasceu organicamente, uma vez que as mulheres estão bastante presentes nas equipes parceiras das agências que integram o grupo.

“Nós entendemos que existe público que se sente mais acolhido por um atendimento feminino, assim como existem aqueles que preferem o masculino. E nossas pesquisas apontaram para esta lacuna, a da especialização e personalização do atendimento”, diz.

Liderada por Maria Rosa, a URBS Donna tem o intuito de valorizar a mulher especialmente no processo de gestão, desenvolvendo um ambiente de negócios a partir da visão de negócios feminina. “Nosso propósito é proporcionar um atendimento de excelência, marcado pela empatia e atenção aos detalhes. Não é um espaço de atendimento para mulheres somente, mas um espaço em que mulheres atendem homens e mulheres a partir de suas habilidades”, pontua Maria Rosa, que se tornou reconhecida no mercado imobiliário de alto padrão.

Para o sociólogo Pedro Henrique, este avanço da mulher no mundo dos negócios é consequência de suas habilidades. “A mulher, como oposto biológico do homem, passou algumas características que as deixam à frente dos homens. Mulheres em sua grande maioria são habilidosas, visionárias, decididas, corajosas e influentes”, conclui o sociólogo.