Queridinho das famosas, o tal “soro da beleza” é uma farsa, comenta dermatologista
As redes sociais têm sido tomadas pelo “soro da beleza”, um tratamento que promete melhorar a qualidade da pele e fortalecer o cabelo de maneira quase instantânea.
Porém, não há comprovação científica da eficácia desse método. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) veio a público, no último dia 18 de março, para informar que a soroterapia não faz parte do rol de procedimentos médicos, pois não possuem evidências clínico-científicas consistentes que comprovem a sua segurança e eficácia.
O dermatologista, Dr. Gabriel Leal, explica que o soro serve apenas para complementar vitaminas, minerais e aminoácidos. Contudo, na maioria das vezes, essas vitaminas e sais minerais não estão em falta, dessa forma a maior parte desses “suplementos” é eliminada e a soroterapia passa a ser apenas uma hidratação profunda.
Aplicado diretamente na veia, os complementos vitamínicos do “soro da beleza” não chegam na pele. Dr. Gabriel explica que também não há estudos que comprovem que esses ativos conseguem sair do sangue até a pele.
Além de ineficaz, há também riscos ao realizar o procedimento. Uma aplicação mal feita pode gerar uma inflamação ou um processo infeccioso. O dermatologista ainda ressalta o perigo que o tratamento oferece para pacientes com outras comorbidades, como, por exemplo, diabetes, hipertensão e insuficiência renal.
A soroterapia também pode causar distúrbios hidroeletrolíticos, ou seja, quando eletrólitos como sódio, potássio, cálcio, magnésio, entre outros, não estão dentro das taxas fixas necessárias para que o corpo funcione normalmente. Um desequilíbrio severo dos eletrólitos pode causar complicações neurológicas e cardíacas graves.
Dr. Gabriel ainda revela preocupação com a composição desses soros, pois não se sabe quais compostos e em quais concentrações eles são encontrados. O médico conclui: “Quando falamos de tratamento, não podemos falar de moda, temos que falar de ciência. Isso não é ciência, isso é moda e o problema é que essa moda pode fazer muito mal.”