Você já ouviu falar de anafilaxia ao látex?

O contato com balões de festa e preservativo podem significar risco de morte para cerca de 4% a 5% da população. Isso porque, essas pessoas têm alergia ao látex, que pode desencadear a reação alérgica mais grave, a chamada anafilaxia, potencialmente fatal.

O látex é um produto derivado da seringueira e muito comum para fazer uma série de produtos presentes no dia a dia de milhões de pessoas como pneus, luvas, solas de sapato etc.

“Existem produtos que são feitos de látex, mas de um jeito bastante manipulado, onde o látex é fervido, vamos dizer assim, em altas temperaturas e, por isso, a chance de dar anafilaxia é muito menor, como pneus, solas de sapato e outros produtos mais grosseiros. Entretanto, luva cirúrgica, cateteres e outros produtos como preservativos e balões de festa têm o látex menos manipulado e com potencial de causar a anafilaxia”, explica a Dra. Elaine Gagete Miranda da Silva, membro do Departamento Científico de Anafilaxia da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).

A especialista comenta que pessoas que têm contato muito mais intenso com látex, podem se sensibilizar mais. “Isso acontece, por exemplo, com profissionais de saúde ou com pessoas que fazem múltiplas cirurgias, principalmente portadores de mielomeningocele”, detalha Dra. Elaine.

Prevenção: Se você faz parte do grupo de risco citado acima, a primeira coisa a fazer é usar produtos com látex free, ou seja, sem látex. Já existem produtos no mercado, incluindo balões de festa e preservativos.

Pessoas que já estiverem sensibilizadas, ou seja, que já apresentaram uma reação alérgica ao látex, é preciso evitar ao máximo o contato e sempre portar a adrenalina autoinjetável, o único medicamento capaz de prevenir a morte até a chegada ao pronto atendimento.

O Brasil ainda não tem a caneta de adrenalina disponível para seus pacientes, mas está em andamento o Projeto de Lei 85/24 para analisar em caráter conclusivo pelas comissões de Saúde; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, a possibilidade da adrenalina autoinjetável ser fornecida pelo SUS. Atualmente, pacientes com anafilaxia só tem acesso ao medicamento por meio de importação.

Em janeiro também foi anunciado o Projeto de Lei 1945/21 que obriga médicos, clínicas, hospitais e centros de saúde de todo o País a notificarem o Ministério da Saúde sobre ocorrências de choque anafilático (anafilaxia).

“Precisamos, com urgência, de soluções eficazes e com custo-efetividade compatível com a rede SUS, como uma versão nacional da Te

caneta 

autoinjetável de adrenalina (epinefrina), medicamento de 1ª linha, imprescindível no tratamento do choque anafilático (alérgico) e que precisa ser administrada o mais rapidamente possível após o início do quadro”, alerta o Dr. Fábio Chigres Kuschnir, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI)