Construção de parque em Bela Vista de Goiás gera polêmica pelo custo da obra de R$ 10 milhões

O valor de um empréstimo para a construção de um parque em Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia, vem chamando a atenção de moradores e vereadores no município. A Câmara Municipal aprovou o montante de R$ 10 milhões para a criação do parque Sussuapara. Enquanto isso, conforme a população falta investimentos na infraestrutura, saúde, educação e cuidados em áreas de lazer na cidade.

“Muitos setores estão abandonados, parques estão acabando e não vejo ninguém dando manutenção. Sinceramente, alguns setores estão horríveis com tanto descaso”, disse uma moradora.

“Vamos gastar mais na saúde, educação, casas para tirar o povo do aluguel. Você vai no hospital, que é longe, não tem nada lá”, lamentou outra.

O projeto para a construção da obra foi apresentado em março deste ano pela prefeitura de Bela Vista de Goiás. Segundo a gestão municipal, o projeto do parque tem uma área total de mais de 130 mil m2 e visa aliar a preservação ambiental à promoção da qualidade de vida e o incentivo ao turismo e à economia da cidade.

Por meio de nota, a Prefeitura de Bela Vista de Goiás disse que, em relação ao custo da obra do parque, ainda não há valores definidos para o projeto. Contudo, a prefeitura obteve, junto à Câmara Municipal, autorização para adquirir o Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (FINISA), na ordem de R$10 milhões.

Ainda conforme a nota, esse recurso é disponibilizado, especificamente, para investimentos em infraestrutura e saneamento. “Não é uma obra que irá retirar investimentos de outras áreas, até porque os recursos que serão investidos no Parque Sussuapara não podem ser destinados a outros tipos de obras ou serviços públicos”. Segundo comunicado da prefeitura, investimentos em outras áreas no município estão sendo feitos.

Nesta segunda-feira (5), o vereador Arthur Fernandes (PDT) fez críticas ao empréstimo solicitado pela prefeitura do município para a execução da obra. Ele defende outros meios de recurso para custear o projeto. “Outras vias são por verbas federais, recursos devolvidos pela própria Câmara ou economizados da prefeitura, enfim, outras saídas que não deixem dívidas para as próximas gestões e comprometam o crescimento da cidade”, disse.

O parlamentar pontua a necessidade de cuidar do que já foi feito, ao invés de executar uma obra no valor tão alto. “É preciso pensar em uma manutenção adequada que valorize os recursos públicos que já foram aplicados para melhoria de vida da população”.