EUA podem aplicar novas tarifas a iPhones e eletrônicos chineses, alerta secretário de Comércio

A trégua anunciada pelo governo dos Estados Unidos na última sexta-feira (11) pode ter sido apenas temporária. Apesar de ter isentado smartphones, laptops e outros eletrônicos chineses de tarifas elevadas de importação, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou neste domingo (13) que os produtos ainda podem ser alvo de novas tarifas específicas, especialmente relacionadas ao setor de semicondutores.

“A isenção atual dos eletrônicos é parcial e estratégica. Eles continuarão incluídos no pacote de tarifas sobre semicondutores, que deve entrar em vigor nos próximos meses”, declarou Lutnick em entrevista ao canal ABC News.

Isenção temporária

Na última semana, a Casa Branca havia anunciado uma suspensão de 90 dias nas tarifas “recíprocas” propostas pelo presidente Donald Trump, que previam taxas de até 145% sobre produtos chineses. A medida beneficiou empresas como a Apple, cuja maior parte da produção é realizada na China. Especialistas alertavam que, caso a tarifa fosse implementada, o preço do iPhone poderia subir de US$ 1.599 para até US$ 2.300.

Apesar da pausa, Trump manteve a tarifa base de 10% sobre praticamente todas as importações e confirmou a tarifa de 125% sobre produtos e serviços oriundos da China. Adicionalmente, está em vigor uma taxa de 20% sobre importações chinesas, atribuída à relação entre o país asiático e a crise de fentanil nos EUA.

Nacionalização da produção

O governo Trump justifica as medidas com base em segurança nacional e em uma política de reindustrialização. Lutnick afirmou que a meta é trazer de volta a produção de semicondutores, chips e telas planas para os EUA. “Não podemos depender do Sudeste Asiático para tudo que usamos. Precisamos que essas tecnologias sejam feitas em solo americano”, disse.

Além do setor eletrônico, o governo sinalizou que também pretende aplicar incentivos fiscais e tarifas para estimular a indústria farmacêutica a repatriar sua produção.

“A isenção atual não é definitiva. Esses produtos não estão disponíveis para barganha internacional. São considerados essenciais para a segurança dos Estados Unidos”, reforçou o secretário.

Com informações New York Post