CEUB oferece terapias de desenvolvimento motor e cognitivo para bebês e crianças
Atrasos podem ocorrer por prematuridade, paralisia cerebral, imunodeficiências, síndromes raras ou riscos sociais
O Centro Universitário de Brasília (CEUB) oferece à comunidade serviço de triagem e intervenção precoce para monitorar o desenvolvimento motor e cognitivo de bebês e crianças. A partir da avaliação individual é identificada a necessidade de terapias específicas, que podem ser realizadas por meio do próprio programa. Em casos de atraso no desenvolvimento ou risco de problemas, o acompanhamento é feito com reavaliações periódicas, garantindo o suporte necessário para o progresso do desenvolvimento infantil. As sessões são realizados no Centro de Atendimento à Comunidade (CAC) do CEUB, localizado no Edifício União, no Setor Comercial Sul.
O projeto, realizado como modalidade de extensão do curso de Fisioterapia, tem como foco avaliar bebês e crianças que, por alguma razão, apresentam risco de atraso ou desvio no desenvolvimento infantil. Segundo a coordenadora da ação, Ana Letícia Oliveira, professora de Fisioterapia do CEUB, os riscos podem incluir condições de prematuridade, paralisia cerebral, internações recorrentes, síndromes raras ou malformações, como a mielomeningocele, ou outros diagnósticos definidos. “Dentro do projeto também avaliamos bebês em situação de vulnerabilidade social, que possam ter menos oportunidades de acesso a estímulos adequados, desnutrição ou restrições nutricionais”.
Do ponto de vista da formação educacional, a docente do CEUB destaca, que no momento, o foco do projeto é treinar os alunos para realizarem avaliações e a aplicação das escalas padrões de forma correta. De acordo com a especialista, essa vivência é sempre acompanhada por especialistas: “Esses projetos proporcionam uma troca de conhecimento fundamental entre professores e alunos, além de atender e servir à comunidade”.
Como funciona a avaliação da criança?
As avaliações fisioterapêuticas com as crianças inscritas incluem a aplicação de testes específicos, além de uma escala padronizada de triagem infantil para crianças de zero (0) a seis (6) anos, voltada para identificar riscos de diferentes domínios do desenvolvimento: motor, linguagem, social e motricidade fina. Essa escala será aplicada especialmente nos casos em que forem percebidos atrasos além do desenvolvimento motor. Entre os pacientes que já estão sendo assistidos pelo projeto estão dois bebês com deficiência auditiva, o que também pode ser um fator de risco para alterações e atrasos. “Esses foram os casos pilotos, tanto para avaliação quanto para iniciar e desenvolver um acompanhamento de intervenção”, acrescenta a coordenadora do projeto.
Por que a intervenção precoce é importante?
De acordo com a literatura, quanto mais cedo é feita a intervenção, melhores são os resultados e os prognósticos, minimizando as repercussões motoras, cognitivas e de fala. Nesse sentido, a docente reforça que longos períodos de atraso dificultam a recuperação e geram alterações mais significativas no desenvolvimento motor, sensorial e cognitivo. Como exemplo, ela cita que, ao final do primeiro ano de vida, será difícil para a criança acompanhar as habilidades esperadas para a idade. “Ao longo do primeiro ano, as habilidades motoras, cognitivas e sensoriais se desenvolvem em conjunto. Assim, se o bebê apresenta atraso motor, é provável que também tenha atraso cognitivo”, completa a docente do CEUB.