Conselho Brasileiro de Oftalmologia alerta para risco de complicações oculares após uso de pomadas modeladoras

Com as festas de fim de ano, voltou a aumentar o número de relatos de pacientes que associam graves prejuízos oculares ao uso de pomadas capilares para modelar e fixar penteados. Os casos indicam que produtos de algumas marcas têm provocado dor e irritação nos olhos, pálpebras inchadas e dificuldade para enxergar após sua aplicação. Esses sinais são observados depois da lavagem dos cabelos ou de mergulho em piscina ou no mar. O alerta é do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), que divulgou nesta sexta-feira (29), orientações à população para evitar esse tipo de problema.

De acordo com o CBO, fórmulas que contam com metilcloroisotiazolinona (MCI) e metilsotiazolinona (MI) – ambos compostos químicos utilizados em cosméticos dessa natureza – são uma ameaça à visão. Esses conservantes contêm elementos tóxicos à pele e mucosas, podendo causar alergias e queimaduras nos olhos e na pele, além de toxicidade pulmonar e neurotoxicidade. Nos olhos, estes compostos químicos podem provocar blefarites (inflamações das pálpebras), conjuntivites (inflamação da conjuntiva) e ceratites (úlceras de córnea), bem como o grave comprometimento da visão.

No início deste ano, no período do Carnaval, situações desse tipo desencadearam uma investigação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre as fórmulas utilizadas pelas marcas desses produtos comercializadas no País. O relatório final concluiu pela proibição de produção e venda de algumas delas. Porém, mesmo assim, os relatos de problemas após o uso das pomadas modeladoras voltaram a aparecem em quantidade neste fim de ano. Diante disso, a Anvisa publicou uma nova lista dos produtos que não representam risco. CLIQUE AQUI PARA CONFERIR.

O CBO orienta a população a conferir essa relação antes de optar pelo uso desse tipo de produto. As marcas que permanecem com a comercialização e o uso suspensos pela Agência possuem em sua composição substâncias prejudiciais à saúde, podendo causar intoxicação ocular. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) também alerta sobre os cuidados com o manuseio desses produtos e as providências perante complicações envolvendo os olhos.

Sérgio Kwitko, membro do CBO e presidente da Sociedade Brasileira de Córnea (SBC), elencou uma série de cuidados. Segundo ele, a primeira medida de proteção é consultar os rótulos das embalagens dos produtos, descartando a compra ou uso daqueles que possuem metilcloroisotiazolinona (MCI) e metilsotiazolinona (MI) em suas fórmulas.

Se mesmo diante do risco, a pessoa insistir em sua aplicação, Kwitko faz algumas recomendações. Ele afirma que se deve evitar usar o produto nas áreas próximas aos olhos e ficar atento à possibilidade de o produto escorrer quando em contato com a água ou suor. Em casos de reações oculares adversas, deve-se lavar imediatamente a região afetada com soro fisiológico e procurar atendimento médico com urgência, de preferência com oftalmologista.

Preocupado com a situação e os danos causados, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia reitera junto aos órgãos responsáveis que reforcem a fiscalização sobre a comercialização dos produtos não autorizados pela Anvisa. Pede também que as empresas fabricantes sejam obrigadas a inserirem nas embalagens alertas claros e didáticos sobre os riscos à saúde que o contato com esses produtos pode gerar.

“Todos os meios de proteção à saúde individual e coletiva devem ser esgotados para que sejam evitados prejuízos maiores. A população não pode ficar à mercê de produtos irregulares, correndo o risco de desenvolver problemas oculares. Cabe à Vigilância Sanitária a adoção de medidas urgentes”, ressaltou o presidente do CBO, Cristiano Caixeta Umbelino.

 

ALERTA À POPULAÇÃO

CBO alerta para risco do uso pomadas modeladoras para os olhos

 

Diante do aumento de relatos de problemas oculares causados pelo uso de pomadas modeladoras para cabelo que contêm em sua formulação substâncias nocivas à saúde, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) reitera alerta aos brasileiros sobre a necessidade de cuidados com o manuseio desses produtos, conforme detalhado abaixo:

1) Relatos recentes que circulam em redes sociais e ambientes hospitalares associam reações, como cegueira temporária, irritação e sensação de queimadura nos olhos, ao uso de pomadas modeladoras de diferentes marcas e fabricantes, o que indica a necessidade de atenção pelos consumidores à composição química desses produtos.

2) Produtos que contém metilcloroisotiazolinona (MCI) e metilsotiazolinona (MI) – ambos compostos químicos comumente utilizados na formulação de cosméticos dessa natureza – são uma ameaça à visão dos consumidores. Esses conservantes contêm elementos tóxicos à pele e mucosas, podendo causar alergias e queimaduras nos olhos e na pele, além de toxicidade pulmonar e neurotoxicidade.

3) Nos olhos, estes compostos químicos podem provocar blefarites (inflamações das pálpebras), conjuntivites (inflamação da conjuntiva) e ceratites (úlceras de córnea), bem como o grave comprometimento da visão.

4) O CBO orienta os consumidores a consultarem o rótulo dos cosméticos, sendo que, em caso de compra, a observarem que seu uso não seja feito nas proximidades dos olhos. Também se deve ficar atento à possibilidade de o produto escorrer para os olhos quando em contato com a água ou suor.

5) Em casos de reações oculares adversas, deve-se lavar imediatamente os olhos e as áreas afetadas com soro fisiológico e procurar atendimento médico com urgência, de preferência com oftalmologista.

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia ressalta que se mantém atento aos problemas para a visão relacionados ao uso dessas e outras substâncias e solicita, mais uma vez, aos órgãos responsáveis que obriguem empresas fabricantes a inserirem nas embalagens alertas claros e didáticos sobre os riscos à saúde que o contato com esses produtos pode gerar.