Dia Mundial da Retina: conheça os riscos e cuidados para preservação da saúde ocular

Uma das principais doenças que atinge a estrutura, a DMRI afeta 3 milhões de idosos no Brasil. Ainda assim, pesquisa aponta que condição é largamente ignorada pelos brasileiros

A retina, uma das estruturas mais delicadas e essenciais do olho humano, é frequentemente negligenciada até que os primeiros sinais de doenças se manifestem. No entanto, a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para evitar consequências graves, como a perda da visão. No Dia Mundial da Retina, celebrado nesta terça, 24 de setembro, especialistas chamam atenção para a importância do cuidado com essa parte vital do sistema ocular.

De acordo com o oftalmologista Henrique Rocha, presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO), algumas das principais doenças que afetam a retina incluem a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), a oclusão vascular, o descolamento de retina e a retinopatia diabética. “Essas condições podem levar a complicações severas, como a cegueira, que impacta diretamente a qualidade de vida do paciente. A perda da visão compromete atividades diárias simples e pode acarretar sérios problemas psicológicos”, alerta o especialista.

Dados do levantamento As Condições da Saúde Ocular do Brasil, produzido pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia), apontam que cerca de 3 milhões de brasileiros acima de 65 anos sofrem com DMRI, principal causa de perda visual na terceira idade. Ainda assim, um estudo da farmacêutica Bayer em parceria com o Ibope mostrou que 74% dos entrevistados não conhecem a condição.

Principais sintomas

Reconhecer os sintomas das doenças que afetam a retina é o primeiro passo para buscar ajuda médica. No caso do descolamento de retina, o principal sintoma é o escotoma, uma mancha preta que aparece na visão no ponto em que houve o descolamento.

Porém, há outros sinais que indicam maior probabilidade de um descolamento acontecer. Nesses casos, os pacientes frequentemente relatam a visualização de flashes luminosos, pontos móveis (conhecidos como moscas volantes) ou visão embaçada. Já a retinopatia diabética, comumente associada ao diabetes mal controlado, pode causar perda de visão, distorção visual e visão turva.

A DMRI pode se manifestar através de uma anomalia onde linhas retas parecem onduladas (metamorfopsia), além da visão distorcida ou embaçada. Por fim, a oclusão vascular se destaca pela perda súbita e indolor da visão, um sinal que exige atendimento médico imediato.

“A prevenção é a chave. A visita regular ao oftalmologista pode identificar precocemente essas doenças, permitindo um tratamento mais eficaz. Alimentação saudável, controle do peso e prática de atividades físicas também são essenciais para a saúde ocular”, ressalta Henrique Rocha.

Perfil de risco e avanços no tratamento

Alguns grupos estão mais propensos a desenvolver problemas na retina, como pessoas acima de 50 anos, indivíduos com histórico familiar e aqueles com pele e olhos claros. A exposição excessiva ao sol também é um fator a ser considerado. Além disso, fumantes e pessoas com alta miopia também estão no grupo de risco. “É fundamental que essas pessoas fiquem ainda mais atentas e façam exames regulares”, orienta o oftalmologista.

A boa notícia é que nos últimos anos houve avanços significativos no tratamento de doenças da retina. Técnicas como o uso de laser, injeções intravítreas e cirurgias específicas têm trazido esperança para muitos pacientes. “Esses tratamentos modernos têm melhorado muito a qualidade de vida dos pacientes, reduzindo a progressão das doenças e, em muitos casos, restaurando a visão”, explica Henrique Rocha.

O especialista ressalta a importância de dedicarmos a atenção à saúde da retina, uma peça fundamental para a visão. “Não espere pelos sintomas. A prevenção é sempre o melhor caminho”, conclui.