Nutricionista orienta sobre alimentação durante surto de diarreia

A Doença Diarreica Aguda tem aumento de casos nos meses de agosto e setembro. Especialista pontua ainda sobre cuidados com a comida para se evitar o surto

A população goiana está sofrendo com diarreia. De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, 149 municípios possuem surtos ativos de Doença Diarreica Aguda (DDA) atualmente. O surto se caracteriza pela ocorrência de dois ou mais casos com relação de localização e tempo. No total, 26.756 casos foram notificados nos municípios no mês de agosto. Durante todo o ano de 2024, foram notificados em Goiás 168.488 casos.

Segundo o monitoramento de doenças diarreicas, é esperado o aumento de casos nos meses de agosto e setembro em todo o país, contudo a SES informou que desde o final de junho começou a identificar os casos. A diarreia aguda é um problema causado pela ingestão de alimentos, bebidas e água contaminados por microrganismos como bactérias, vírus e parasitas. Segundo a pasta, nos municípios goianos o rotavírus é a causa predominante.

A nutricionista Carolina Nobre, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, pontua como deve ser a alimentação para aqueles que estão na crise da diarreia. “Devem preferir as frutas sem casca e menos maduras e alimentos com mais amido como batata, arroz e macarrão. Além de vegetais cozidos. Evitar frituras, molhos, leite e derivados, frutas com casca, vegetais crus e todo e qualquer tipo de alimento industrializado”, destaca.

Ela também salienta a necessidade de se hidratar. “Uma boa hidratação é muito importante nesses casos, pois na diarreia, além de água, se perde também muitos eletrólitos como sódio e potássio. A hidratação deve ser feita com água filtrada, água de coco e ainda com bebidas ou sachês com repositores hidroeletrolíticos. Em alguns casos, pode ser indicado o uso de soro endovenoso, cuja prescrição é médica”.

Cuidados pré e pós contaminação
Para quem tomar medicamentos durante o surto diarreico, Carolina Nobre orienta sobre o que fazer depois. “Geralmente o uso de antibiótico é necessário durante a crise diarreica. O antibiótico mata as bactérias ruins, mas também mata as bactérias boas que colonizam nosso intestino. Por isso, sempre recomendo o uso de probiótico 30 dias depois de suspender o uso do antibiótico. Essa orientação serve para repor a microbiota intestinal que foi muito acometida pelas crises de diarreia intensa”.

A nutricionista aponta formas para diminuir as chances de se contaminar com a doença. “ A primeira é sempre lavar bem as mãos com água e sabão antes de manipular ou comer qualquer alimento. Durante esse período de surto é bom evitar comer fora de casa, pois a pessoa que manipula o alimento pode estar contaminada e não saber por ainda não ter desenvolvido os sintomas. Sugiro também sempre evitar comer alimentos crus, seja em casa ou fora, pois como o alimento não foi submetido a cocção fica mais difícil matar os microrganismos”.

Higienizar os alimentos corretamente também diminui as chances de contrair essa e outras doenças. “As frutas, legumes e verduras devem ser levados em água corrente e em seguida imersos em uma bacia cobertos com solução clorada entre 10 e 15 minutos. Ela pode ser feita com água sanitária ou hipoclorito de sódio de 1,0%, sendo duas colheres de sopa do produto para cada litro de água. Em seguida enxaguar um a um em água corrente e própria para consumo”, explica a especialista. “Lembrando que água com vinagre não é suficiente para eliminar os microorganismos e o detergente não deve ser utilizado para esta finalidade”, completa.

Já para fortalecer o organismo para que se evite ser contaminado pelo surto de DDA, Carolina Nobre destaca o consumo de alguns alimentos. “De uma forma geral, uma alimentação saudável e colorida que garanta todos os nutrientes, em especial zinco, selênio e vitamina A para o corpo. Alguns são: carnes vermelhas, castanhas e oleaginosas como fontes de zinco, castanha do Pará, feijão e ovos como fonte de selênio e abóbora cabotiá e cenoura como fontes de vitamina A”.