PF apura exposição em massa de dados pessoais para intimidação, incluindo o nome de delegado que indiciou Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão da plataforma X no Brasil, como parte de uma investigação sobre vazamentos de dados pessoais.
A rede responsável pelo acesso às informações sigilosas ainda está sendo investigada pelas autoridades.
O caso envolve o acesso e divulgação de informações sigilosas de delegados da Polícia Federal, do próprio ministro e de um empresário. O objetivo da ação coordenada seria expor esses agentes na internet.
A investigação da Polícia Federal, conforme revelado pelo UOL, inclui o relato de ameaça ao delegado Fábio Shor, que atua em inquéritos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. O delegado comunicou à corporação ter recebido ameaças uma semana após indiciar Bolsonaro no caso das joias.
Na decisão pelo bloqueio da plataforma, Moraes afirma que o STF foi informado por meio de um ofício sobre um inquérito policial para apurar ameaças a delegados federais.
“A investigação demonstrou a participação criminosa e organizada de inúmeras pessoas para ameaçar e coagir delegados federais que atuam ou atuaram nos procedimentos investigatórios contra milicias digitais e a tentativa de golpe de Estado. As redes sociais — em especial a “X” — passaram a ser instrumentalizadas com a exposição de dados pessoais, fotografias, ameaças e coações dos policiais e de seus familiares”, escreveu Moraes.