Mães trabalhadoras que contam com suporte das empresas produzem mais e melhor

Da simples flexibilidade de horários a espaço exclusivo para amamentação, companhias descobrem que vale a pena investir no apoio durante momento da maternidade de suas colaboradoras

Mais da metade das mulheres brasileiras (52,7%) participam ativamente do mercado de trabalho. São quase 50 milhões de profissionais das mais variadas áreas que saem para “trabalhar fora”, conforme aponta Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao quarto trimestre de 2023. Ainda de acordo com o IBGE, em média, as mulheres no Brasil dedicam quase dez horas a mais do que os homens aos afazeres domésticos. Um dado que revela, que apesar dos importantes avanços conquistados por elas, dividir a vida profissional com os cuidados com a casa e os filhos ainda é um desafio para as brasileiras nos dias de hoje.

Os números acima também reforçam a necessidade de uma rede de apoio cada vez mais ampla e eficiente, para que a maternidade não seja entendida como um empecilho, mas sim uma motivação a mais para que mães trabalhadoras busquem crescer mais e mais profissionalmente. Nesse sentido muitas empresas já se deram conta que mulheres trabalhadoras que conseguem mais tempo e condições para cuidar de seus filhos, produzem mais e melhor.

Letícia Pereira Lourenço é mãe da pequena Daniela, de 5 anos. Graduada em engenharia civil, ela trabalha há quase nove anos na Euro Incorporações e hoje é gerente de orçamento, planejamento e controle de obras. Segundo ela, o retorno ao trabalho após o puerpério foi um grande desafio. “Por um lado, sentimos falta de retomar nossa vida, mas por outro existe uma certa culpa em se distanciar do bebe. É um momento de adaptação para a mãe e profissional”, revela.

Letícia conta que além da privação do sono que pesou no começo, a questão da amamentação foi delicada, porém ela encontrou apoio na empresa em que trabalha e isso fez muita diferença, segundo ela. “Tive que ordenhar leite todos os dias durante o horário de trabalho numa sala que a empresa montou só para isso. Foi um suporte importante naquele momento”, conta ela. Além disso, Letícia ressalta ainda que a direção da empresa foi super receptiva à necessidade de flexibilidade de horários nos primeiros anos de vida da filha.

A tecnóloga em construção civil e coordenadora de planejamento e qualidade da Euro Incorporações, Raíssa Carolina Abraão Ribeiro, tem uma história semelhante a da sua colega Letícia. Mãe de duas meninas, uma de 8 e outra de 3 anos, ela conta que venceu o período de medo e insegurança no retorno ao trabalho, principalmente quando teve a primeira filha, quando era mais inexperiente, tendo o apoio da família e da empresa, e hoje se sente mais confortável com a rotina familiar e os desafios profissionais.

Para Raíssa, a principal dificuldade no retorno ao trabalho é não se render ao sentimento de culpa e evitar comparações com outras profissionais mulheres que não são mães. Ela diz que entender seu momento de vida é essencial para equilibrar da melhor maneira possível dois papéis importantíssimos na vida de uma mulher: ser uma boa mãe e uma boa profissional. “O tempo em que os filhos demandam muito dos pais passa. Então, o grande desafio é entender que não ficamos para trás no mercado de trabalho e que, sim, estamos passando por uma fase diferente com outras necessidades”.

Estabelecer uma rotina e contar com o apoio e confiança da empresa foram fundamentais para a readaptação ao trabalho, segundo Raíssa. “As empresas podem contribuir muito, confiando no trabalho das mães e trazendo sempre novos desafios. Aqui na Euro temos uma gestão extremamente humana e sensível à maternidade, que ampara, apoia e, acima de tudo, não me prende a pequenos detalhes mas, sim, me desafia a estar cada vez mais ativa, participativa e demonstra a importância do meu trabalho dentro da organização”, destaca ela.

Outro exemplo é o da Gisele Ferreira de Andrade Silva. Coordenadora de Departamento Pessoal na GPL Incorporadora, a jovem de 37 anos, trabalha há 14 anos nesta empresa e tem uma filha de nove anos. Ele conta que o retorno ao trabalho após a licença maternidade, foi um período cheio de desafios e adaptações, mas destaca que foi bem acolhida na GPL e isso fez muita diferença em sua adaptação e a ajuda a conseguir cumprir seu desafio de conciliar de forma equilibrada o trabalho e a maternidade. “Me sinto acolhida na empresa. Recebo muito apoio e tenho benefícios, como a flexibilidade na jornada de trabalho, que são muito importantes para mim”, enfatiza ela.